Uma forma de pagamento inovadora acaba de chegar ao Brasil e irá revolucionar a forma como pagamentos são feitos entre pessoas e empresas. Estamos falando das transferências instantâneas, que permitirão o envio de valores para um cartão ou conta de pagamento de forma rápida, segura e em tempo real.
A tecnologia que está por trás desta novidade é o Visa Direct, que em breve, ainda no primeiro semestre de 2019, será disponibilizada ao público final por bancos, adquirentes e estabelecimentos comerciais.
A Cielo, maior adquirente da América Latina, é o primeiro processador a viabilizar a modalidade no Brasil. O objetivo das empresas é abrir as portas para novos acordos e parcerias, tornando a solução mais presente e acessível, assim como ocorre no restante do mundo.
Quer saber mais? Pedimos para os executivos Olívia Aki, Diretora de Produtos da Visa e Danilo Caffaro, Vice-Presidente de Produtos e Novos Negócios da Cielo para tirarem algumas dúvidas sobre essa inovação.
- O que é transferência instantânea? Qual a diferença entre isso e TED ou DOC?
Danilo Caffaro – A transferência instantânea reverte o fluxo de uma transação tradicional de compras e permite o envio de valores por um consumidor ou por uma empresa para a conta associada a um número de cartão ou de qualquer outro dispositivo de pagamento de forma rápida, segura, sem atrito e em tempo real.
A grande diferença para uma TED ou DOC é que, com a nova modalidade, uma pessoa pode transferir dinheiro a outra de uma maneira mais fluida, usando credenciais como seu número de celular, endereço de e-mail ou identidade na mídia social.
Olívia Aki – A chegada das transferências instantâneas no Brasil surge por meio do Visa Direct, solução de transferência de fundos da Visa. O Visa Direct permite transferências em tempo real, 24 horas por dia, até mesmo nos fins de semana e feriados por meio do cartão ou conta de pagamento habilitados pelo emissor. A solução é mais uma alternativa ao consumidor e empresas além das opções que eles já têm hoje. Além disso é uma solução inclusiva pois permite que o público não bancarizado também faça transferências utilizando uma conta de pagamento pré-paga, por exemplo.
- O Visa Direct é uma solução de P2P?
Olívia Aki – O Visa Direct também realiza operações peer to peer (P2P), ou seja, entre duas pessoas físicas, mas não apenas isso. O P2P é uma das oportunidades de uso do Visa Direct, assim como o C2B, na qual o consumidor faz uma transferência para uma empresa ou o B2C, de empresa para consumidor e até B2B, que representa o envio de fundos entre duas empresas.
- Na prática, como isso vai funcionar?
Danilo Caffaro – Vou dar alguns exemplos aqui de situações de uso. A transferência de dinheiro de uma pessoa a outra poderá ser feita por meio de seu número de celular, endereço de e-mail ou identidade em alguma rede social, que será associado a um número de cartão para onde aquele “fundo” será transportado a outra pessoa – sem precisar entrar no aplicativo do banco para realizar a transação. Ela pode ser feita a qualquer hora do dia.
Será possível, ainda, um consumidor utilizar a modalidade para efetuar de maneira simples e rápida o pagamento a uma empresa – por exemplo, pagamento de contas ou boletos. Da mesma forma, empresas também se beneficiam da modalidade, podendo fazer transferência de recursos a outras empresas e fornecedores ou a seus clientes.
- Como a solução deve impactar a cadeia de valor de meios de pagamento?
Danilo Caffaro – O grande desafio do ecossistema de meios de pagamento é tornar as experiências de pagamento invisíveis ao consumidor. As pessoas são cada vez mais multiconectadas hoje e é para esta direção que todos os modelos de relação de compra e venda ou transferência de recursos no mundo estão indo. Falando especificamente do nosso segmento, as transações hoje feitas no débito, por meio de um cartão físico, têm muito potencial para migrar para transferências instantâneas e outras tecnologias de pagamento direto, até mesmo estimulando a inclusão de usuários ao sistema financeiro.
É neste flanco que a nossa indústria tem bastante espaço para criar soluções que se utilizem da infraestrutura de pagamentos já existente, mas sejam cada vez mais transparentes ao consumidor, fazendo com que ele associe o ato do pagamento a funcionalidades que ele já utiliza no dia a dia – como, por exemplo, uma rede social.
- De que forma essa tecnologia já é utilizada em outras partes do mundo?
Olívia Aki – Hoje, o Visa Direct está presente em mais de 30 países, em parceria com mais de 100 instituições financeiras. No mundo já lançamos a solução com dezenas de empresas para facilitar o pagamento de sinistros e assistência de seguradoras, para pagar comissões e salários para profissionais liberais e reembolsos de taxas ou impostos.
- Para a Visa e para a Cielo, qual a oportunidade de negócios que essa parceria poderá gerar?
Olívia Aki – A principal oportunidade para a Visa é converter as transações em dinheiro e cheques para o mundo eletrônico, levando-se em conta que, hoje, 80% das transações P2P são realizadas em dinheiro, segundo análise da oportunidade de mercado realizada em 2017 pela Accenture para a Visa. Queremos reforçar os benefícios de segurança, conveniência e praticidade que surgem para consumidores, estabelecimentos comerciais, empresas e governos com a migração do dinheiro em papel para o pagamento eletrônico. As transações financeiras precisam acompanhar com a mesma rapidez e praticidade as novidades da tecnologia.
Danilo Caffaro – Com a solução, a Cielo amplia o seu portfólio de atuação com novos serviços de processamento como um adquirente processador, sendo pioneira em formatos de pagamentos inexplorados pela nossa indústria até então.
O desenvolvimento dessa nova modalidade para o mercado reflete a nossa crença em viabilizar a melhor experiência no uso do dinheiro eletrônico, democrática, inclusiva e com nosso padrão de segurança que é referência no Brasil e no mundo.
Em breve, ampliaremos a atuação da nossa plataforma de pagamentos instantâneos, agregando outros parceiros. Nosso foco é o desenvolvimento de uma solução híbrida, universal, que permita a rápida expansão dessa nova modalidade no país.