Gestão financeira: guia para simplificar o controle do seu negócio

Você sabe quanto dinheiro entra e sai do seu negócio por dia? Ou precisa esperar o extrato do fim do mês para descobrir se o caixa está no azul? Se a resposta demorou pra sair, sua gestão financeira pode estar deixando dinheiro na mesa.
E o problema nem sempre está na falta de clientes. Muitas vezes está na falta de controle sobre as próprias vendas e recebimentos.
Uma boa gestão começa pelo básico: entender os números que o próprio negócio já gera. Cada venda feita na maquininha, cada pagamento via Pix, cada antecipação de recebíveis conta uma parte importante da história financeira da empresa.
Neste guia preparado pela equipe Cielo, saiba como transformar os dados das suas vendas em ferramentas de gestão. Veja como precificar melhor, planejar com mais clareza e usar a tecnologia que você já tem para ter uma visão completa do seu negócio.
Vamos juntos?
Por que a gestão financeira é vital para o seu negócio?
A gestão financeira é o controle do dinheiro que entra e sai da empresa. Esse acompanhamento ajuda a entender se o negócio está dando lucro, quanto pode ser investido e onde estão os principais custos.
Sem esse acompanhamento, o risco de fechar as portas cresce a cada mês. Os empresários perdem visibilidade sobre o caixa e passam a tomar decisões com base na urgência, não no planejamento.
Segundo o IBGE, quase metade das empresas no Brasil não passa do terceiro ano de vida. E o principal motivo é a má gestão. Muitos negócios abrem com uma boa ideia, mas sem organização financeira.
O impacto disso aparece nos números. Em 2024, mais de 1,4 milhão de empresas encerraram as atividades. A maioria era formada por micro e pequenas empresas, que representam 99% dos negócios ativos no país.
Outro sinal de alerta é a inadimplência. De acordo com a FecomercioSP, 7,2 milhões de empresas estão com dívidas em atraso. Mais de 6,8 milhões são pequenos negócios, somando R$ 141 bilhões em débitos.
Esse cenário mostra que muitos empreendimentos operam no limite, sem reservas, sem planejamento e sem controle do caixa. Quando há um imprevisto, como queda nas vendas ou aumento dos custos, a empresa não tem margem de reação.
Com o controle financeiro em dia, o jogo muda: fica mais simples enxergar quanto o negócio fatura, onde estão os gastos e o que pode ser ajustado.
A gestão financeira no cotidiano empresarial
A gestão financeira está presente em quase todas as decisões do dia a dia da empresa. Mesmo quando não parece.
Esse controle aparece, por exemplo, no momento de decidir como precificar produtos e serviços, de calcular se dá para oferecer um desconto ou de avaliar se é hora de investir em mais estoque.
Aparece também na hora de pagar fornecedores, acompanhar os prazos de recebimento das vendas e entender se o dinheiro em caixa cobre as despesas do mês.
O controle do fluxo de caixa é mais um bom exemplo. A cada entrada ou saída, os empreendedores atualizam o saldo para saber se a operação está no azul ou no vermelho.
Outro ponto comum é a conferência de extratos e relatórios de vendas. Esse hábito ajuda a identificar quais dias têm mais vendas, quais horários são mais movimentados e quais meios de pagamento são mais usados.
Até as promoções e campanhas dependem desse controle. Planejar custos e prever o retorno financeiro é essencial em períodos de alto movimento, como Black Friday, Natal e outras datas sazonais.
Essas ocasiões exigem mais planejamento, pois envolvem aumento de estoque, descontos e, muitas vezes, prazos de recebimento diferentes.
Como separar gestão financeira pessoal do empresarial?
Misturar as contas da empresa com as pessoais é como colocar tudo no mesmo balaio: no fim, ninguém sabe o que é de quem. Esse hábito é comum entre empreendedores, mas traz mais confusão do que praticidade.
Quando o dinheiro se mistura, o negócio perde clareza. Fica difícil entender se o lucro é real ou se o caixa está sendo usado para despesas pessoais. E é nesse ponto que muitos empreendedores se veem sem capital, mesmo quando as vendas vão bem.
Portanto, separar as finanças é o primeiro passo para manter o controle. Cada valor precisa ter um destino certo. O que é da empresa fica na empresa. O que é dos empreendedores vai para o pró-labore.
Com as contas organizadas, quem empreende ganha fôlego para planejar, negociar com mais segurança e entender o verdadeiro potencial do negócio.
Veja agora algumas dicas de como colocar esse processo em prática!
Entenda de onde vem o dinheiro
Cada venda feita na maquininha, cada pagamento via Pix ou recebível futuro precisa estar registrado. É esse acompanhamento que mostra de onde vem o faturamento e como ele se comporta ao longo do tempo.
Com esses dados, quem empreende deixa de navegar no escuro. Passa, então, a perceber quais períodos trazem mais movimento e quando as vendas costumam cair.
Nas lojas físicas, por exemplo, os relatórios disponibilizados pelas maquininhas já oferecem uma visão clara das entradas. Quando usados com frequência, esses relatórios se tornam bússola para decisões mais acertadas.
💡Na Cielo, você pode consultar suas vendas em até 3 segundos após a transação. Basta baixar o App Cielo Gestão no seu celular.
Inclusive, tá sabendo da novidade? Agora o app tem a Assistente Cielo, a inteligência artificial criada para facilitar sua rotina. Com ela, você consulta extratos, vendas, recebíveis, taxas e muito mais de forma rápida, prática e gratuita!
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Faça o planejamento financeiro completo
Separar contas é importante, mas não basta. É preciso planejar com base em todos os compromissos da empresa e não apenas no fechamento do mês.
Um bom planejamento considera despesas fixas, variáveis, investimentos e períodos de sazonalidade. Também inclui projeções de receita e metas de rentabilidade. O ideal é olhar para os próximos trimestres, não só para o mês atual.
Com essa visão mais ampla, os empreendedores conseguem prever demandas, negociar prazos e evitar surpresas no caixa. O planejamento financeiro completo mostra se o negócio está no caminho certo e o que precisa ser ajustado.

💡Leia também: Veja como fazer o planejamento estratégico do seu negócio em 5 etapas
Defina metas
Ter metas é o que dá propósito ao controle financeiro. Sem objetivos, os números viram apenas registros.
Uma boa forma de estruturar essas metas é usar o método SMART. Essa é uma sigla em inglês que ajuda a transformar ideias em planos possíveis. Cada letra representa uma característica que a meta precisa ter:
- S (Specific, ou específica): o objetivo deve ser claro e direto.
- M (Measurable, ou mensurável): precisa ser possível acompanhar os resultados em números.
- A (Achievable, ou atingível): o desafio deve ser realista e proporcional à capacidade do negócio.
- R (Relevant, ou relevante): precisa fazer sentido para o momento e os objetivos da empresa.
- T (Time-bound, ou temporal): deve ter prazo definido para ser alcançado.
Um exemplo de uma meta SMART é “aumentar em 10% as vendas no cartão de crédito até o fim do próximo trimestre”. Essa meta é específica (aumentar as vendas no crédito), mensurável (10%), atingível, relevante para o negócio e com prazo definido.
💡Se você toca um pequeno negócio, aproveite para conferir o nosso conteúdo especial sobre gestão financeira para pequenas empresas!
Como a precificação impacta na gestão de finanças de uma empresa?

Definir o preço certo é uma das decisões mais delicadas dentro da gestão financeira. Preço baixo demais compromete o lucro. Preço alto afasta clientes. O equilíbrio está em entender todos os custos, impostos e a margem de lucro ideal para o seu modelo de negócio.
Na real, uma boa precificação garante a sustentabilidade da empresa. Quando feita de forma incorreta, pode colocar tudo a perder. E há histórias reais que mostram isso.
A Webvan, startup americana dos anos 2000, é um exemplo disso. Criada com a promessa de revolucionar o varejo online, ela oferecia entregas de supermercado rápidas e gratuitas.
Em pouco tempo, a empresa recebeu mais de US$ 800 milhões em investimentos e se expandiu para várias cidades dos Estados Unidos.
Só que o problema estava no modelo de preço. Cada entrega custava entre US$ 10 e US$ 12, enquanto a receita média por pedido ficava em torno de US$ 50. Sem incluir essa despesa no valor cobrado, a operação ficou inviável.
O resultado foi que, em menos de dois anos, a empresa faliu, queimando quase todo o capital.
Então, a lição que fica é simples: preço precisa refletir valor e custo. Prometer conveniência sem planejar o impacto financeiro é como vender um produto com o frete incluso e esquecer de somar o frete na conta.
Custos
O ponto de partida da precificação está nos custos. É o que determina o quanto o negócio gasta para colocar um produto ou serviço à venda.
Em empresas que fabricam seus próprios produtos, por exemplo, entram nessa conta os custos com matéria-prima, mão de obra, fornecedores, amortizações e tudo que é necessário para produzir.
Já quem revende produtos deve considerar o custo de compra por unidade, os gastos com transporte, impostos, taxas e comissões. O ideal é somar todas essas despesas e dividir pela quantidade de itens para descobrir o custo unitário.
Não se pode esquecer ainda dos custos administrativos, como o aluguel do ponto, a energia elétrica, a segurança, a limpeza e até o café do escritório. Esses são os chamados “gastos invisíveis”, que consomem o caixa quando não estão embutidos no preço.
No caso das lojas virtuais, é essencial incluir o custo da plataforma, a manutenção do site, a taxa dos marketplaces e os investimentos em marketing digital. Tudo conta na hora de formar o preço final.
Impostos
No Brasil, precificar também significa entender o peso dos impostos, que interferem diretamente no valor final e, por isso, precisam estar na conta desde o início.
Agora, com a Reforma Tributária aprovada, esse cálculo vai mudar. O novo modelo substitui cinco tributos (ICMS, ISS, PIS, COFINS e IPI) por três novos:
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços)
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços)
- IS (Imposto Seletivo).
Os dois primeiros seguem o modelo do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), já adotado em diversos países. Essa mudança traz novas regras para créditos tributários, altera o fluxo de caixa e exige revisão de preços, contratos e cadastros.
Em matéria do Sebrae, a contadora Tanísia Marinho, doutora em Contabilidade e Administração, resume bem o cenário:
“Pense numa padaria. Hoje, ela paga PIS e COFINS sobre as vendas, tem ICMS embutido na compra dos ingredientes e ainda pode pagar ISS se oferecer algum serviço, como um buffet para eventos. Com a Reforma Tributária, todos esses tributos serão substituídos por dois novos: o IBS e a CBS.”
Ela reforça que esses novos impostos serão aplicados diretamente na nota fiscal, de forma unificada, com regras mais claras para quem tem direito a crédito.
“E isso muda muita coisa: desde a formação do preço do pãozinho até o fluxo de caixa e o planejamento do negócio. É uma mudança estrutural que exige atenção, mesmo para quem está no Simples.”
Margem de lucro
A margem de lucro é o que garante que o esforço da operação traga retorno. É a porcentagem que sobra no caixa depois de pagar todos os custos e impostos.
Calcular a margem é relativamente simples: subtraia os custos do preço final do produto e divida o resultado pelo próprio preço. O número obtido mostra quanto do valor da venda realmente vira lucro.
Mas há um ponto importante: muitos negócios confundem margem de lucro com markup.
- Margem de lucro é o quanto sobra depois de todos os gastos.
- Markup é o percentual aplicado sobre o custo para formar o preço final — ou seja, o lucro desejado.
Exemplo prático: se o custo de um produto é de R$ 50 e o markup definido é de 2, o preço de venda será R$ 100. Nesse valor, a margem de lucro é de 50%.
Quais indicadores financeiros fortalecem a tomada de decisões financeiras?

Os indicadores financeiros mostram a real situação do negócio. Acompanhar esses números com frequência dá mais controle e reduz riscos no dia a dia. Veja os principais:
- Lucratividade: mostra quanto do faturamento realmente vira lucro após todos os custos e despesas.
- Margem de contribuição: indica quanto sobra de cada venda para cobrir os custos fixos e gerar lucro.
- Ponto de equilíbrio: revela o volume mínimo de vendas necessário para cobrir todos os gastos.
- Retorno sobre investimento (ROI): mede quanto a empresa ganha em relação ao que investe em uma ação, produto ou projeto.
- Fluxo de caixa: mostra a entrada e saída de dinheiro em um período, ajudando a prever se haverá saldo suficiente para as próximas contas.
- Ticket médio: representa o valor médio gasto por cliente e ajuda a identificar oportunidades de aumento de receita.
- Giro de estoque: avalia quanto tempo os produtos ficam parados antes de serem vendidos. Estoques parados significam dinheiro parado.
Tecnologias que facilitam a gestão financeira no dia a dia
A tecnologia já é parte essencial da rotina de qualquer negócio. As soluções de pagamento, por exemplo, ajudam não só a vender, mas a integrar finanças, estoque e atendimento em um único lugar.
A Cielo LIO On é um bom exemplo disso. A maquininha inteligente conecta o negócio de ponta a ponta, com aplicativos de gestão financeira, controle de estoque e acompanhamento de vendas no mesmo dispositivo.
Ah, ela faz tudo isso enquanto aceita pagamentos com Pix, QR Code, aproximação e mais de 80 bandeiras!
A tecnologia da Cielo também resolve os desafios do dia a dia dos empreendedores. Quer ver um exemplo?
Sabe quando a maquininha perde o sinal e você precisa levantar o braço torcendo para a conexão voltar? Nossos sistemas agora usam inteligência artificial para monitorar o funcionamento das maquininhas em tempo real.
Então, se algo sai do padrão, como falhas na conexão ou desgaste da bateria, o aviso chega no WhatsApp antes que o problema afete as suas vendas.
Com soluções integradas e simples de usar, a Cielo ajuda empresas de todos os tamanhos a enxergar o negócio como um todo e manter a gestão sempre em dia.
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Conclusão
- A boa gestão financeira é o que garante fôlego, equilíbrio e crescimento para o negócio.
- Organizar o caixa e separar as contas pessoais das empresariais evita confusões e dá clareza sobre os resultados.
- Entender de onde vem o dinheiro e planejar além do mês ajuda a antecipar desafios e oportunidades.
- Metas bem definidas, como as do modelo SMART, transformam o planejamento em ação.
- Uma precificação inteligente considera custos, impostos e margem de lucro, evitando prejuízos disfarçados de desconto.
- Acompanhar indicadores como lucratividade, fluxo de caixa e ponto de equilíbrio orienta decisões mais assertivas.
- Tecnologias de pagamento que conectam vendas e gestão garantem mais dados e controle em tempo real. Um exemplo disso é a Cielo LIO On, maquininha inteligente da Cielo.
💡Quer aprofundar o controle sobre as finanças do seu negócio? Leia também o nosso artigo sobre análise financeira e veja como transformar números em decisões inteligentes.

Aqui no Blog da Cielo, oferecemos análises e orientações sobre os principais temas que impactam o varejo e os meios de pagamento: tecnologia, segurança digital, eficiência nas transações com maquininhas, tendências de consumo e novas soluções para o empreendedor.