Como funciona o Open Finance e quais são os seus benefícios?
Se você já ouviu falar, mas ainda não sabe como funciona o Open Finance, fizemos esse texto para você.
Afinal, desde que começou a ser implementado em 2021, esse sistema estabeleceu um novo patamar para o relacionamento entre instituições financeiras e clientes, sendo considerado uma das maiores revoluções do mercado financeiro no país.
Daí a importância de qualquer pessoa que utiliza serviços desse segmento entender direitinho como funciona o Open Finance e quais são os benefícios que ele traz.
Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto!
Entenda o que é Open Finance
O Open Finance significa “Sistema Financeiro Aberto”, em tradução livre. E, como o nome já diz, se refere à abertura do sistema financeiro de um país, permitindo o compartilhamento padronizado de dados entre diferentes instituições e serviços.
Essa troca de informações é feita através da abertura e da integração de sistemas.
Isso possibilita que pessoas físicas ou empresas não só tenham o controle de suas informações financeiras, mas também tenham a liberdade de determinar quem, quando e para qual finalidade esses dados podem ser acessados por instituições financeiras – inclusive aquelas as quais não há nenhum tipo de relacionamento prévio.
Confira o vídeo que fizemos para reforçar o que é o Open Finance:
Quem criou o Open Finance?
O Open Finance foi implementado inicialmente no Reino Unido em 2018 e se tornou referência para outros países que buscam a abertura do seu sistema financeiro.
Já no Brasil, o Open Finance é uma iniciativa liderada pelo Banco Central (BC) e tem o objetivo de trazer mais inovação ao mercado, beneficiando os consumidores com o aumento da concorrência entre as instituições financeiras e a ampliação de ofertas de produtos e serviços mais vantajosos e competitivos.
Para viabilizar as adequações necessárias das instituições para viabilizar a abertura de sistemas por aqui, o BC realizou essa implementação em quatro fases. Confira!
Fase 1 – Open Data
A fase do Open Data (Abertura de Dados, em tradução livre) foi iniciada em fevereiro de 2021.
O principal objetivo dessa etapa foi promover o compartilhamento de dados dos bancos a respeito de canais de atendimento, produtos e serviços bancários tradicionais (incluindo as taxas e tarifas de cada item ofertado).
Fase 2 – Compartilhamento de dados de clientes
Realizada a partir de agosto de 2021, essa fase permitiu que as pessoas compartilhassem dados como cadastros, transações bancárias, cartões e operações de crédito com as instituições que desejassem.
Para isso, cada cliente deve consentir com o acesso a seus dados, podendo revogar o compartilhamento das informações a qualquer momento, de acordo com seus interesses.
Fase 3 – Serviços a escolha dos consumidores
Começou em outubro de 2021 e marcou o começo do acesso a diversos serviços financeiros, como proposta de crédito e transações de pagamentos, sem que cada cliente precisasse entrar em contato com os canais das instituições financeiras com as quais já se relacionava.
Fase 4 – Ampliação de dados, produtos e serviços
A partir de dezembro de 2021, mais dados puderam ser compartilhados, ampliando a oferta de novos produtos e serviços, tais como contratação de operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência privada, por exemplo.
Qual a diferença entre Open Finance e Open Banking
Ao procurar saber como funciona o Open Finance, você pode não entender qual a diferença entre ele e o Open Banking.
Embora sejam diferentes, os dois conceitos fazem parte da mesma temática e estão relacionados à agenda de inovação do sistema financeiro brasileiro, promovida pelo Banco Central.
Mas vamos entender a diferença entre Open Finance e Open Banking.
O Open Banking (ou sistema bancário aberto, em português) se refere à padronização do processo de compartilhamento de dados e dos serviços bancários.
Basicamente, a abertura do sistema bancário começou em fevereiro de 2021 e corresponde às fases 1, 2 e 3 que mencionamos acima.
Já o Open Finance – ou sistema financeiro aberto – pode ser considerado como a evolução do Open Banking, por tratar do compartilhamento padronizado de dados e serviços do sistema financeiro como um todo (indo além do sistema bancário).
Então, além de envolver bancos e seus serviços, o Open Finance engloba outras instituições como fintechs, seguradoras, consórcios, previdências privadas, casas de câmbio e instituições de pagamento como carteiras digitais e adquirentes (como é o caso da Cielo).
Assim, o Open Finance possibilitou a ampliação do compartilhamento de dados não só entre bancos, mas também entre as mais diversas instituições financeiras participantes do sistema, desde que devidamente autorizadas pelo Banco Central a participar desse sistema.
Para reforçar ainda mais a diferença entre Open Banking e Open Finance, fizemos o vídeo abaixo. Assista!
O Open Finance é seguro?
Outra dúvida comum entre as pessoas que estão procurando saber como funciona o Open Finance é sobre a segurança do sistema.
É comum ter receio e se perguntar se o Open Finance é seguro. Afinal, estamos falando do compartilhamento de dados muito sensíveis, diretamente relacionados à vida financeira de pessoas e empresas.
No entanto, não é preciso ter nenhuma objeção em relação ao sistema financeiro aberto em relação à segurança.
O Open Finance segue os mais rígidos padrões de segurança para viabilizar o compartilhamento de dados e a comunicação entre as instituições financeiras autorizadas a participar do sistema.
Além de fiscalizar e estabelecer a regras que devem ser seguidas por todas as instituições que participam do Open Finance, o Banco Central garante a confidencialidade e a proteção das informações compartilhadas.
Todo o processo de compartilhamento segue ainda as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Confira o vídeo que fizemos para explicar como funciona a segurança do sistema Open Finance:
Como funciona o Open Finance na prática
OK, o Open Finance permite que clientes compartilhem seus dados financeiros. Mas, o que isso significa na prática?
Antes do Open Finance, as instituições financeiras é que eram “donas” dos dados de seus clientes.
Assim, o histórico financeiro de uma pessoa ou empresa não era levado em conta na hora de contratar um serviço/produto em uma outra instituição financeira onde não tivesse conta.
Com isso, se você precisasse conseguir um empréstimo ou aumentar o limite do cartão de crédito, é muito provável que somente aquela instituição onde você já tem conta pudesse oferecer algum benefício real em função do seu perfil – seja um prazo mais longo de pagamento, taxas e juros mais baixos, um valor maior do limite e por aí vai.
Isso tornava a concorrência praticamente nula e limitava bastante o leque de opções de cada cliente.
Afinal, se você tem conta no “Banco X” e quisesse saber as condições para contratar um serviço/produto financeiro no “Banco Y”, provavelmente teria que se tornar cliente dessa segunda instituição. E essa segunda instituição não “conheceria” você.
Com o Open Finance, você “toma posse” dos seus dados financeiros e tem a liberdade de compartilhar essas informações com a instituição que desejar, no momento que quiser (e ainda determinar a finalidade de uso do que foi compartilhado).
Assim, você pode consultar várias instituições na hora de contratar algum serviço/produto financeiro e escolher aquela que oferece as melhores condições para você, de acordo com seu perfil e histórico.
Benefícios do Open Finance
Ao entender como funciona o Open Finance, podemos afirmar que o principal benefício que a abertura do sistema financeiro traz é o aumento da concorrência e da competitividade no mercado a favor de cada cliente (seja pessoa física ou jurídica).
Assim, todo o ecossistema financeiro se beneficia como um todo, já que o Open Finance também incentiva a inovação, aumenta as oportunidades de parcerias e incrementa a oferta de produtos e serviços personalizados.
Outro ponto importante é que a abertura do sistema torna o setor financeiro menos burocrático e fechado, ampliando o segmento para novas empresas e clientes.
Para descomplicar ainda mais e mostrar como o Open Finance funciona, vamos falar na sequência dos benefícios que ele traz para consumidores (pessoas físicas ou jurídicas) e empresas (que atuam no mercado financeiro).
Quais são os benefícios do Open Finance para consumidores?
- Controle total dos seus dados financeiros;
- Acesso a ofertas personalizadas de produtos e serviços financeiros, formatados a partir dos dados financeiros compartilhados – informações pessoais, histórico de crédito, saldo, transações realizadas etc;
- Redução de tarifas e taxas;
- Maior poder de negociação para contratar serviços financeiros;
- Acesso a soluções financeiras mais variadas, possibilitada pela entrada de novos concorrentes no mercado e incremento da inovação;
- Acesso a produtos/serviços melhores, já que as instituições financeiras vão precisar melhorar a experiência do cliente;
- Operações financeiras cada vez mais ágeis, transparentes e seguras.
Quais são os benefícios do Open Finance para empresas?
- Acesso aos dados de clientes de outras instituições financeiras, estimulando a competitividade no mercado;
- Possibilidade de ampliar a captação de clientes através de produtos/serviços mais alinhados ao perfil de cada um;
- Criação de novos produtos e serviços com estratégia de marketing direcionado, visando atender novas necessidades do mercado;
- Oportunidade de trabalhar melhor a fidelização de clientes, através do acesso consentido aos dados e histórico financeiro de cada um;
- Desenvolvimento de projetos colaborativos e parcerias para alcançar novos públicos-alvo;
- Identificação de oportunidades de mercado a partir de dados reais sobre o comportamento, desejos e aspirações dos clientes.
O Open Finance vale a pena?
Com as informações que passamos, já é possível ter um bom panorama de como funciona o Open Finance e os benefícios que ele traz.
Afinal, assim como ocorre em outros segmentos que utilizam o business Intelligence, o uso dos dados compartilhados tem grande potencial para impulsionar cada vez mais o mercado financeiro no Brasil.
Ao consentir com o compartilhamento das informações, os clientes não só vão ter acesso a produtos e serviços customizados e mais vantajosos.
Quando olhamos o segmento como um todo, entendemos que os dados compartilhados fomentam o surgimento de percepções importantes para que as instituições financeiras possam inovar e proporcionar novos direcionamentos para os negócios.
Por isso mesmo, o Open Finance é considerado um “marco” no mercado, tornando o segmento financeiro mais competitivo, seguro, eficiente e inclusivo.
Não por acaso, a abertura do sistema financeiro já é uma tendência global. Além do Brasil, isso já é realidade na Austrália, Ínidia, México, Nova Zelândia, Reino Unido, Rússia e diversos outros países da União Europeia, do Leste Asiático, da África e do Oriente Médio.
No centro dessa “transformação” mundial, estão os clientes. Nesse caso, não importa tanto se são pessoas físicas ou jurídicas e sim que todos terão acesso a serviços e modelos de negócio cada vez mais alinhados ao perfil, às necessidades e aos interesses de cada um.
Ainda tem dúvidas sobre como o Open Finance pode trazer benefícios? Então, confira o vídeo que fizemos para reforçar as vantagens do Open Finance:
Bônus! E-book gratuito sobre Open Finance
E para ajudar você a entender ainda mais sobre como o Open Finance funciona, preparamos um e-book gratuito repleto de informações detalhadas que aprofundam esse tema.
Clique na imagem e baixe a publicação agora mesmo!
Veja também: