Em dezembro, ICVA mostra alta de 1,3% nas vendas no Varejo
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou crescimento de 1,3% nas vendas no Varejo em dezembro de 2022, em comparação com o mesmo mês em 2021. O resultado já considera o desconto da inflação.
Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, a alta foi de 10,2%.
De forma geral, o mês foi favorecido pelos efeitos de calendário.
Em 2022, o Natal caiu em um domingo, o que fez com que as pessoas tivessem uma semana inteira (incluindo o sábado) para realizar as compras. No ano anterior, a data caiu em um sábado.
O mesmo fator foi observado no Ano-Novo. Esse ano, o dia 31 caiu em um sábado; já em 2021, a data havia caído numa sexta-feira. Assim, em 2022, houve um período maior para realização das compras e dos preparativos para o Réveillon.
Para Vitor Levi, Superintendente de Dados e Inovação da Cielo, o resultado mostra que o Varejo continua em recuperação, ainda que em um ritmo mais suave:
“Dezembro marca o 14º mês seguido de crescimento das vendas. A cada mês que passa, a base de comparação do ano anterior está mais distante dos efeitos de quarentena. Isso implica em crescimentos mais brandos do que vimos ao longo dos anos de 2021 e 2022, uma vez que estamos comparando períodos com normalidade da atividade econômica”, afirma.
Saúde e Cuidados Pessoais puxam a inflação junto com Alimentação e Bebidas
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou crescimento de 5,79% no acumulado dos últimos 12 meses.
Em dezembro, os grupos de Saúde & Cuidados Pessoais e Alimentação & Bebidas teve maior influência na alta de 0,62%. A segunda maior variação foi do grupo de Vestuário.
Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do Varejo Ampliado, acumulada em 12 meses em novembro, foi de 8,79%.
Isso representa uma desaceleração em relação ao índice registrado no mês anterior.
Veja: ICVA aponta alta de 1,1% no Varejo em novembro
Entre os setores, apenas Bens Duráveis e Semiduráveis tem queda
Com o desconto da inflação e o ajuste de calendário, os macrossetores de Bens Não Duráveis e Serviços registraram crescimento em relação a dezembro de 2021.
O segmento de Postos de Gasolina foi o que mais contribuiu para a alta do setor de Bens Não Duráveis, enquanto o destaque em Serviços ficou com o segmento de Turismo e Transporte.
Já o macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis, que apresentou retração nas vendas, foi afetado principalmente pelo segmento de Vestuário.
Região Sul é destaque entre as regiões do país
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a dezembro de 2021 foram:
- Sul: alta de 1%;
- Sudeste: queda de 0,8%;
- Norte: queda de 1%;
- Centro-Oeste: queda de -1,7%;
- Nordeste: queda de 2,5%.
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os destaques foram as regiões Sul, com alta de 9,5% e Sudeste, com crescimento de 9,1%.
Na sequência aparecem Norte (+6,1%), Centro Oeste (+6,1%) e Nordeste (+4,3%).
Vendas no último trimestre de 2022 têm alta
As vendas no 4º trimestre de 2022 subiram 1,1%, já descontada a inflação, em relação ao mesmo trimestre de 2021.
Em termos nominais, o crescimento no período foi de 10,3%.
Faturamento no Varejo: 2º semestre de 2022 fecha o ano com crescimento
Já descontada a inflação, as vendas no 2º semestre de 2022 aumentaram 1,2%, em relação ao mesmo semestre em 2021.
Em termos nominais, o faturamento do Varejo subiu 12,3%.
No resultado do ICVA anual, vendas do Varejo crescem 4,9%
Considerando o ICVA anual, as vendas do Varejo cresceram 4,9% em 2022 em comparação a 2021. O resultado considera o desconto da inflação.
Em relação ao aumento nominal, o crescimento foi de 17,8%.
“O ano de 2022 foi impulsionado pela retomada do macrossetor de Serviços, em especial do segmento de Turismo e Transporte que, sem considerar a inflação, subiu 30,2%. Já Bares e Restaurantes, registraram alta de 16,8%”, aponta Vitor Levi, Superintendente de Dados e Inovação da Cielo.
O que é o ICVA – Índice Cielo de Varejo Ampliado
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas.
Eles respondem por 1,1 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.
Como o ICVA é calculado
A unidade de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento – como a variação de market share – e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo.
Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é, de forma alguma, a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
Entenda o Índice Cielo do Varejo Ampliado
- ICVA Nominal: indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
- ICVA Deflacionado: é o ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
- ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário: ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
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