Natal 2025: ICVA aponta alta de 2,6% no faturamento do Varejo

O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) mostra que varejo brasileiro registrou crescimento nominal de 2,6% no Natal 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A data foi marcada pela cautela dos consumidores, que priorizaram a compra de itens essenciais em vez de “presenteáveis”.
Além disso, o consumidor recorreu cada vez mais ao canal digital para suas compras. O avanço do e-commerce, mesmo sobre uma base já elevada, reforça a consolidação do digital como pilar estrutural do varejo brasileiro.
As vendas on-line cresceram 10,2% enquanto o varejo físico apresentou avanço mais moderado (+ 1,8%), mas também positivo.
Em média, o brasileiro gastou R$ 107,81 por compra. Os homens fizeram a maior parte das transações: 53,6%, com preferência pelo varejo físico (54%).
Já as mulheres foram as maiores compradoras do e-commerce, com 52,5% das transações.
Apesar de terem feito a maioria das transações on-line, o público feminino gastou menos do que os consumidores do gênero masculino.
Enquanto o valor do tíquete médio deles foi de R$ 163,11, as mulheres fizeram compras com valores de R$ 126,07, em média.
Os dados do ICVA mostram ainda que, embora represente apenas 5,9% do volume de vendas, o crédito parcelado responde por 26,4% do faturamento total, evidenciando seu papel central nas compras de maior valor agregado.
Isso fica ainda mais claro ao observar que, nas compras feitas com essa forma de pagamento, o tíquete médio atinge R$ 484,51 – valor muito acima das demais modalidades.
Já o Pix, apesar de responder por 9,2% das vendas, apresenta o menor ticket médio (R$ 71,60).
Os dados consideram as vendas realizadas entre 19 e 25 de dezembro de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024 e evidenciam uma mudança no padrão de comportamento das famílias brasileiras.
“O consumidor adotou um comportamento mais racional, priorizando itens essenciais, o que levou à retração de setores presenteáveis tradicionais. Categorias como cosméticos, joalherias e pet shops tiveram bom desempenho. No geral, foi um Natal de consumo consciente, sustentado principalmente pelos segmentos essenciais e pelo canal digital”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Negócios da Cielo.
Desempenho setorial
O grupo de Presenteáveis apresentou diminuição de 0,2%, impactado principalmente pela retração nos setores de:
- Vestuário: queda de 0,4%
- Móveis, Eletro & Departamentos: queda de 1,1%
- Livrarias, Papelarias & Afins: queda de 2,7%.
Em contrapartida, o setor de Cosméticos & Higiene foi destaque, com alta de 5,5%. Na sequência, aparece Óticas & Joalherias, com crescimento de 2,1%.
Já entre os setores não-presenteáveis, o consumo essencial seguiu sustentando o varejo, reforçando um padrão de consumo mais racional e orientado à necessidade.
Drogarias & Farmácias liderou o crescimento, com alta de 10,3%. Na sequência, aparecem:
- Veterinárias & Pet Shops: alta de 3,4%
- Supermercados & Hipermercados: alta de 3,3%
- Autopeças e Serviços Automotivos: alta de 2,9%
Os dados ainda não consideram a inflação do período, que será divulgada posteriormente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O desempenho do período foi sustentado, sobretudo, pelo macrossetor de Bens Não Duráveis. Com crescimento de 4%, se consolidou como o principal motor do Natal.
O setor de Serviços também teve resultado positivo, com alta de 2,7%.
Por outro lado, o macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis registrou leve retração de 0,3% – refletindo um consumo mais seletivo por parte das famílias.
No ambiente digital, esse movimento foi ainda mais evidente.
O e-commerce de Bens Não Duráveis apresentou crescimento expressivo de 23,3%, confirmando a migração de compras recorrentes para o canal on-line.
Já os Bens Duráveis e Semiduráveis recuaram 1,9% no e-commerce, sinalizando cautela nas aquisições de maior valor, mesmo no período natalino.
Varejo cresce em todas as regiões do país
No recorte regional, todas as regiões do país apresentaram crescimento no Natal de 2025.
O destaque ficou com o Sudeste, que avançou 2,2%, impulsionado principalmente por Minas Gerais, com crescimento de 4,2%.
No Nordeste, que registrou alta de 1,1%, o destaque foi o faturamento do varejo no Ceará (4%).
A região Sul apresentou avanço de 1,6%, seguida pela Norte (+1,2%).
Já o Centro-Oeste teve o menor crescimento do período, com alta de 0,4% no faturamento do varejo.
O que é o ICVA – Índice Cielo de Varejo Ampliado
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas.
Eles respondem por milhares de clientes credenciados à companhia.
O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Business Analytics da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.
Como o ICVA é calculado
A unidade de Business Analytics da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento – como a variação de marketshare, substituição de cheque e dinheiro no consumo, bem como o surgimento do Pix.
Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Este índice não é, de forma alguma, a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
Entenda o Índice Cielo do Varejo Ampliado
- ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
- ICVA Deflacionado – É o ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, utilizamos um deflator, que é calculado a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), apurados pelo IBGE e ajustados ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
O novo modelo contempla informações do IPCA entre o primeiro e 11º mês e do IPCA-15 referentes ao 12º mês. No mês seguinte, o histórico do dado deflacionado será ajustado com a aplicação do IPCA daquele mês, podendo conter uma variação marginal.
- ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – É o ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
- ICVA E-Commerce – Indicador do crescimento da receita nominal no canal de vendas online do Varejo do período em comparação com o período equivalente do ano anterior.