ICVA indica queda de 1,1% nas vendas no Varejo em março
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) indica que, em março de 2024, as vendas no Varejo caíram 1,1% em comparação com o mesmo mês de 2023. Este resultado já considera o desconto da inflação.
Em termos nominais – que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista – o ICVA registrou alta de 2,8%
Efeitos de calendário prejudicaram o Varejo em relação a março do ano passado. Isso porque, em 2024, o 3º mês do ano teve uma quarta-feira e uma quinta-feira a menos em relação a 2023.
As perdas provocadas por dois dias úteis a menos não foram compensadas pelo domingo a mais que tivemos em março de 2024, já que boa parte do comércio costuma estar fechada nesse dia da semana.
Apenas o macrossetor de Bens Não Duráveis apresenta crescimento no mês
Entre os macrossetores, Bens Duráveis & Semiduráveis e Serviços apresentaram queda no faturamento de 5,3% e 4,3%, respectivamente.
O segmento de Materiais para Construção foi o que mais puxou o resultado de Bens Duráveis & Semiduráveis para baixo.
No caso de Serviços, o setor de Autopeças & Serviços Automotivos foi o que mais gerou impacto negativo.
Por outro lado, Bens Não Duráveis apresentou crescimento de 2% no mês.
Com alta no faturamento, o setor de Varejo Alimentício Especializado foi o destaque neste macrossetor.
“Uma das hipóteses para a queda do Varejo em março foi a inflação, que acelerou e pode ter desestimulado o consumo. O resultado só não foi mais negativo porque comércios mais impactados pela Páscoa como chocolaterias e supermercados registraram crescimento nas vendas”, diz Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.
Em termos nominais, ICVA aponta que vendas presenciais e no e-commerce tiveram crescimento em março
Em termos nominais, ou seja, que refletem a receita observada pelo varejista, o e-commerce cresceu 5,2% em março.
Já as vendas presenciais subiram 2,1% em relação ao mesmo mês de 2023.
Alta da inflação é puxada pelo grupo de Alimentação e Bebidas
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia do IPCA divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 0,36% para o mês de março.
Segundo o Instituto, o principal impacto de alta vem do grupo de alimentação e bebidas.
Ao ponderar o IPCA e o IPCA-15 pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do Varejo Ampliado acumulada em 12 meses em março foi de 4,14%.
Confira os resultados das vendas no Varejo em cada região do Brasil
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a março de 2023 foram:
- Sul: queda de 0,1%
- Centro-Oeste: queda de 0,3%
- Nordeste: queda de 0,4%
- Sudeste: queda de 0,7%
- Norte: queda de 1,2%
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, este foi desempenho das regiões brasileiras:
- Sudeste: alta de 3,9%
- Sul: alta de 3,2%
- Norte: alta de 2,9%
- Centro-Oeste: alta de 2,5%
- Nordeste: alta de 2,4%
Desempenho do Varejo no 1º trimestre de 2024 tem queda
Descontada a inflação, o desempenho do Varejo no primeiro trimestre de 2024 caiu 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em termos nominais, houve alta de 3,1% nas vendas.
O que é o ICVA – Índice Cielo de Varejo Ampliado
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas.
Eles respondem por mais de 900 mil clientes credenciados à companhia.
O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Business Analytics da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.
Como o ICVA é calculado
A unidade de Business Analytics da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento – como a variação de market share – e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo.
Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Este índice não é, de forma alguma, a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
Entenda o Índice Cielo do Varejo Ampliado
- ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
- ICVA Deflacionado – É o ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, utilizamos um deflator, que é calculado a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), apurados pelo IBGE e ajustados ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
O novo modelo contempla informações do IPCA entre o primeiro e 11º mês e do IPCA-15 referentes ao 12º mês. No mês seguinte, o histórico do dado deflacionado será ajustado com a aplicação do IPCA daquele mês, podendo conter uma variação marginal.
- ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – É o ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
- ICVA E-Commerce – Indicador do crescimento da receita nominal no canal de vendas online do Varejo do período em comparação com o período equivalente do ano anterior.
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