VAREJO BRASILEIRO CRESCE 1,1% EM DEZEMBRO
Crescimento, medido pelo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), reflete o desempenho do varejo em relação a dezembro de 2016, sem considerar a inflação do período
A receita de vendas do varejo brasileiro registrou alta de 1,1% em dezembro, na comparação com o mesmo período de 2016, descontando-se a inflação que incide sobre a cesta de setores do varejo ampliado. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta segunda-feira (15).
O resultado do mês foi prejudicado pelo calendário, com a troca de dias e pelo feriado de Natal caindo em uma segunda-feira. Ajustados aos impactos de calendário, o índice apontaria alta de 1,7%, patamar que indica desaceleração do varejo comparado ao mês de novembro (2,6%).
“Importante observar que em novembro aconteceu a Black Friday, que ainda tem um caráter de novidade, ou seja, cresce mais que o ritmo normal do varejo, mesmo comparando com o mesmo período de 2016. Se observarmos os meses anteriores a novembro, o varejo em dezembro apresentou um ritmo mais alto”, comenta Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo.
Em termos nominais, o indicador mostra resultados na mesma direção: alta de 2,0% em dezembro na comparação com um ano antes, enquanto novembro havia apontado 3,0%. Descontados os efeitos de calendário que impactaram o mês, o índice também mostra desaceleração na passagem de novembro para dezembro.
NATAL
O período que antecedeu o Natal, entre os dias 18 a 24 de dezembro, teve um crescimento nominal de 2,8% contra o mesmo período de 2016. “Nota-se que o crescimento nominal do período do Natal está em linha com o ritmo do restante do mês”, observa Mariotto.
INFLAÇÃO
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em dezembro pelo IBGE apontou alta de 2,95% no acumulado dos últimos 12 meses, enquanto novembro havia registrado 2,80%. Esse resultado, assim como aconteceu nos últimos dois meses, foi impulsionado pelos preços dos itens do setor de Habitação – que não impactam diretamente o comércio varejista.
Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado ficou em 0,9%, registrando aceleração em relação a novembro (0,7%). No caso da inflação do varejo, o item que mais contribuiu para a aceleração foi Combustíveis para veículos.
SETORES
No bloco de Serviços, os setores de Alimentação – Bares e Restaurantes e Turismo e Transporte desaceleraram em dezembro, mas na comparação com o ano passado continuam crescendo. Já no bloco de Bens Não Duráveis, o setor de Supermercados e Hipermercados também desacelerou, mas no comparativo ano contra ano, vem apresentando crescimento acima da média.
Por fim, no bloco de Bens Duráveis e Semiduráveis, o destaque negativo ficou com o setor de Móveis, Eletroeletrônicos e Lojas de Departamentos, que registrou desaceleração de novembro para dezembro. Neste caso, a queda de ritmo pode ser explicada pelo fato da Black Friday – ocorrida em novembro – ter impulsionado as vendas no setor naquele mês, diminuindo a alta em dezembro.
REGIÕES
Em dezembro, todas as regiões desaceleraram no varejo, segundo o ICVA deflacionado com ajustes de calendário.
Comparando com o mesmo período do ano anterior, o varejo ampliado no Sul e Norte registrou alta de 4,0% e 2,1%, respectivamente. Já o Nordeste e Sudeste tiveram crescimento de 1,4% e 0,9%. Apenas a região Centro-Oeste teve retração de 0,8%.
Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, o destaque foi para a região Sul, que registrou alta de 4,8%. As regiões Nordeste, Norte, Sudeste e Centro-Oeste registraram altas de 2,2%, 1,7%, 1,5% e 0,5%, respectivamente.
SEGUNDO SEMESTRE 2017
O ICVA encerrou o segundo semestre de 2017 com crescimento de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado, depois de descontada a inflação. O varejo não apresentava alta no ICVA deflacionado desde o primeiro semestre de 2015. Em termos nominais, o índice apontou crescimento de 2,0%, portanto, acima do resultado do primeiro semestre de 2017.
2017 CONSOLIDADO
O ICVA consolidado de 2017 registrou retração de 0,3% depois de descontada a inflação, na comparação com 2016. O resultado em termos deflacionados indica a recuperação do varejo em 2017, dado que em 2016 o índice apontou retração de 4,8%.
Por outro lado, o índice nominal mostrou desaceleração, fechando 2017 com alta de 1,7%, enquanto 2016 apresentava alta de 3,6%. “O que ocorreu, assim como já vínhamos observando ao longo do ano, é que a inflação desacelerou bastante em 2017, contribuindo para a trajetória de recuperação do varejo em termos deflacionados, mas não diretamente em termos nominais”, comenta Mariotto.
SOBRE O ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,6 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.
COMO É CALCULADO
A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
ENTENDA O ÍNDICE
ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
Clique aqui para acessar a série histórica do ICVA.