Hoje, 19 de novembro, é comemorado o Dia do Empreendedorismo Feminino. Lançada em 2014, pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data é celebrada por 153 países, inclusive o Brasil, para incentivar e valorizar o empreendedorismo feminino e seu impacto econômico.
Segundo o Sebrae, nos últimos dois anos, a proporção de mulheres empreendedoras que são “chefes de família” passou de 38% para 45%. Este dado mostra que o número de mulheres que vivem na condição de cônjuge, quando a principal renda familiar provém do marido, foi ultrapassado pelo número de mulheres empreendedoras.
A participação das mulheres na economia brasileira representa a oportunidade de atividade rentável e que pode ser construída de forma autônoma e independente. Com isso, a mulher empreendedora aumenta seus rendimentos, gera empregos e, sobretudo, é independente e protagonista da sua vida.
Dados comprovam que as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens. Entretanto, elas continuam ganhando 22% menos que os homens. Em 2018, donos de negócio do sexo masculino tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344,00, enquanto que o rendimento das mulheres ficou em R$ 1.831,00.
A desvantagem para as mulheres é significativa também quando falamos sobre financiamentos e créditos. Em média, a empreendedora recebe R$ 13.000,00 a menos do que a média liberada aos homens. Apesar disso, as donas de negócios representam hoje 48% dos microempreendedores individuais (MEI), atuando principalmente em atividades de beleza, moda e alimentação e 55,4% delas trabalham de casa.
Programa 1000 Mulheres
O programa 1000 Mulheres surgiu a partir de uma parceria do Sebrae-SP com empresas, ONGs e instituições, oferecendo capacitação certificada gratuita para mulheres em situação de vulnerabilidade social.
O público-alvo do projeto são mulheres empreendedoras, em situação de rua ou de reclusão, idosas (60+), imigrantes, indígenas, negras, portadoras de deficiência, refugiadas, transgêneros e vítimas de violência.
O Programa contou com a participação de aproximadamente 2.000 mulheres da zona Sul e Norte de São Paulo e os benefícios do 1000 Mulheres são voltados para qualificação em empreendedorismo e gestão de negócios, formalização e melhoria de gestão de negócios, além da aceleração para o desenvolvimento de projetos de impacto social.
Com o projeto, a mulher pode usar suas habilidades tanto para montar um pequeno negócio, como ser capacitada para se tornar mais competitiva e inovadora no mercado de trabalho.
A Cielo é patrocinadora do projeto 1000 Mulheres, por se identificar com os propósitos apresentados, tais como sustentabilidade, inclusão e apoio ao empreendedorismo. Como exemplo, podemos destacar a Feira do Empreendedor 2019, que contou com o patrocínio e ação direta da Cielo. Durante o evento, houveram palestras no auditório que tinha o nome do projeto e abordaram temas como empreendedorismo, liderança e autonomia financeira para o público feminino.
Maribella Brigadeiros Gourmet
Luciana Seles tem 44 anos, é casada e tem duas filhas. Ficou fora do mercado de trabalho durante alguns anos e hoje divide com a filha mais velha os resultados do que aprendeu com o projeto 1000 Mulheres.
“Aplicamos todo o conhecimento adquirido no nosso negócio, que ainda está em fase inicial, mas que já passou da fase embrionária e está fortalecido, o que nos traz mais confiança para o sucesso”, afirma a empreendedora.
Proprietária do Maribella Brigadeiros Gourmet, Luciana participou da primeira turma do 1000 Mulheres, mas não tinha dimensão do que viria pela frente. Ao avançar no projeto, ela percebeu que não estava sozinha e enxergou um mundo de oportunidades no empreendedorismo.
Luciana afirma que para ela, o Sebrae foi um ponto de apoio fundamental com suporte de profissionais capacitados, material vasto, além de conteúdo rico e esclarecedor.
Com o projeto, Luciana conta que enxergou um mundo além das quatro paredes e que é possível “sair da caixinha”: “parece que tiraram uma venda dos meus olhos e passei a enxergar o impacto que o meu negócio causa no meu entorno, onde você quer chegar e o que quer construir”.
Luciana pondera que virar empreendedora depois dos 40 anos foi um grande passo, no momento oportuno: “estou com minhas filhas crescidas, adquiri experiências anteriores e sei que a vida dá voltas”. A empresária comenta que viver “um dia após o outro” é base para não se desesperar diante das dificuldades.
A empreendedora conta que a ideia de atuar no ramo de docinhos gourmet surgiu ao reparar que sua filha mais velha, de 15 anos, era muito elogiada quando fazia brigadeiros para a família. De repente, parentes, amigos próximos e colegas da escola da filha passaram a encomendar os doces da menina e pensou: por que não transformar isso em um negócio?
A partir de então, Luciana ponderou as possibilidades, pesquisou o universo e buscou capacitação empreendedora. Começou utilizando as melhores práticas para evitar atropelos e chegar mais rápido ao sucesso. Com a ajuda da filha, hoje ela trabalha de casa e cuida do negócio da família.
“Trabalhamos em casa, na nossa cozinha e tomamos todo cuidado necessário, desde a higiene do local até os detalhes para a confecção dos docinhos. Minha filha é responsável pela receita dos brigadeiros e eu auxilio na parte dos confetes e finalização, além da divulgação dos produtos.”
Em fase transitória, Luciana aposta nesse momento e revela a imensa vontade de ter as rédeas da vida financeira: “Com o meu trabalho atual posso continuar atuando como mulher, esposa, mãe e empreendedora, sem carregar as culpas que o mercado formal nos coloca”, finaliza a empresária.
O que achou deste conteúdo? Complemente seu conhecimento lendo mais sobre as inspirações e desafios do empreendedorismo feminino.