Empreendedorismo feminino: inspirações e novos desafios | Cielo

Empreender já não é mais exclusividade dos homens. As mulheres figuram cada vez mais na posição de liderança nas empresas, embora o cenário ainda seja desafiador

Por muito tempo, quando falávamos de líderes de empresas, a figura masculina era uma associação automática na cabeça da maioria. Porém, para a felicidade do país como um todo, esse cenário está mudando: o empreendedorismo feminino assumiu um protagonismo que jamais teve no Brasil.
Isso mesmo, as mulheres estão muito mais presentes no mundo corporativo e o número de empreendedoras cresce a cada ano. Embora seja uma notícia animadora, ainda existem muitos aspectos que podemos melhorar.
Neste conteúdo, apresentamos dados do mundo empresarial, destacamos quais são os desafios que as mulheres enfrentam e, claro, os benefícios dessa representatividade perante o mercado.
Vamos lá?

Como está o empreendedorismo feminino no Brasil?

Relembre de toda sua carreira profissional e analise seus líderes. Quantas mulheres e homens têm na sua lista? A balança talvez tenha inclinado mais para o lado masculino, porém, como dissemos, esse cenário muda constantemente.
Segundo o levantamento mundial do Global Entrepreneurship Monitor 2017, realizado no Brasil em parceria com o Sebrae, mais da metade dos negócios iniciados em 2016 foram protagonizados por mulheres.
Desde 2017, a taxa de empreendimentos oscila entre 47% e 54% para homens e mulheres. Porém, em 2016, esse número foi de 48,5% para homens e 51,5% para as empreendedoras, aponta a especialista em empreendedorismo Hilka Machado, professora da Universidade do Oeste de Santa Catarina.
Sim, esse panorama é animador, mas não podemos deixar de falar da parte mais delicada, que muitas vezes impede o ingresso do público feminino no mundo empresarial.
Leia mais: A força feminina na inovação

Desafios para o empreendedorismo feminino

Mesmo em posições inferiores à liderança, como você pôde ver, as mulheres lidam com grandes desafios. Imagina quando elas alcançam um cargo de liderança ou iniciam um empreendimento, situação incomum há alguns anos?
Muitas mulheres passam por caminhos indesejáveis, como aponta uma pesquisa feita pela The Elephant in the Valley, no Vale do Silício, feita com base nas respostas de mais de 200 mulheres, com foco naquelas com mais de 10 anos de experiência no mercado de trabalho.

90% das mulheres presenciaram comportamentos sexistas nas organizações
75% foram questionadas sobre ter filhos, estado civil e família
60% das mulheres disseram que já se depararam com interações sexuais não desejadas
88% afirmam que presenciaram situações em que os clientes direcionaram perguntas que deveriam ser para elas a colegas homens que estavam no mesmo ambiente
39% das mulheres entrevistadas sofreram com assédio e não fizeram nada por acharem que isso afetaria negativamente suas carreiras.

Como falamos e os números comprovam, o mundo corporativo, embora melhore a passos lentos, ainda não se mostra muito receptivo às mulheres.
Esses dados refletem o que acontece no Vale do Silício, como apontamos. Agora, vamos destacar informações de uma pesquisa feita em nove estados do Nordeste do Brasil.
Esta iniciativa contou com a participação de mais ou menos 200 publicitárias, que responderam às questões anonimamente.

85,8% das entrevistadas já se depararam com casos de assédio que envolviam uma colega de trabalho
80,6% das mulheres deixaram de usar determinada roupa para não chamarem a atenção de homens
77,4% das profissionais tiveram que ignorar piadas machistas por medo da represália
71% das publicitárias já sofreram assédio em agências

Informações assustadoras, não acha? Muitas delas, inclusive, piores do que no Vale do Silício, que também não apresentou bons números.
Como falamos, essa desconstrução será feita lentamente. Hoje, por exemplo, conseguimos notar muitas evoluções quando comparamos o cenário atual com o de 10 ou 15 anos atrás no mercado de trabalho.
Para que a ascensão continue, um dos aspectos mais importantes é a representatividade empreendedora. Afinal, inspirações são muito bem-vindas para qualquer pessoa.
Por isso, resolvemos listar algumas mulheres empreendedoras de sucesso que são inspiração para muita gente.

Conheça algumas mulheres empreendedoras que inspiram

Apesar dos inúmeros desafios a serem superados pelas mulheres no mercado de trabalho, muitas delas passam por cima das dificuldades, alcançam o sucesso profissional e se tornam fonte de inspiração para que cada vez mais mulheres sigam esse caminho. Confira a seguir algumas delas:

Paola Carosella

Foto: Jason Lowe.

A argentina Paola Carosella é a primeira mulher da nossa lista. Ela ficou muito mais conhecida após aceitar o convite e ser jurada no programa de culinária MasterChef Brasil, da Rede Bandeirantes.
Além de jurada, ela abriu em 2003 seu primeiro restaurante, o Julia Cocina. Logo depois, inaugurou o mediterrâneo Arturito, em 2008, e o La Guapa, café de empanada e doces latinos em 2014.

Linda Rottenberg

Foto: Site Entrepreneur.

Se você busca inspiração, conhecer a Linda Rottenberg é quase uma obrigação para as futuras empreendedoras. Afinal de contas, ela é cofundadora da Endeavor, organização global sem fins lucrativos, que visa aumentar o poder de transformação dos empreendedores.
O objetivo da Endeavor, que chegou no Brasil em 2000, é orientar pequenos e médios negócios com potencial de crescimento e, assim, direcioná-los ao lugar mais alto do mercado.
Linda está na lista das 100 mulheres mais inovadoras do século 21, segundo a revista Time. Hoje, ela é considerada uma das maiores especialistas do mundo empresarial, o que reafirma a força feminina na inovação.

Ana Paula Padrão

Foto: Bruna Castanheira/ Revista Claudia.

Consagrada como jornalista e considerada referência na profissão, Ana Paula, assim como a Paola, está no MasterChef, mas como apresentadora. Se engana quem pensa que sua carreira se resume à TV.

Ana Paula trabalha em um programa que incentiva o empreendedorismo feminino: o Escola de Você. Trata-se de uma iniciativa que busca desenvolver as mulheres em diversos aspectos para o mercado de trabalho e entrega ferramentas para que elas construam carreiras mais prósperas.

Tirando proveito da sua visibilidade, Ana utiliza suas redes sociais para tratar de assuntos como sororidade, protagonismo feminino e em algumas oportunidades dá dicas para mulheres que desejam se destacar no mundo corporativo.

Lenise Regina

Fonte: SITE ND.

Lenise é cofundadora da Beagá Cool, que fica em Belo Horizonte. Trata-se de uma iniciativa com o objetivo de incentivar negócios locais com fins lucrativos. Tudo acontece por meio de uma comunidade empreendedora chamada de Distrito Criativo.
Quando negócios são inscritos no projeto, eles recebem descontos, benefícios ou até mesmo incentivos de pessoas e empresas que pretendem ajudar o desenvolvimento da iniciativa.
Nesta lista, falamos de apenas quatro mulheres, mas existem várias outras que podem inspirar. Se as coisas continuarem como estão, em breve teremos muitas outras referências femininas no mercado de trabalho.

Tem mais um minutinho? Nós perguntamos para nossas colaboradoras que empreendem na vida pessoal e para as mulheres de negócio que já estrelaram nossa série “Os Movimentadores” o que elas diriam para inspirar outras mulheres. Confira o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=s855hGiFlns