Fomos conferir as soluções que estão fazendo a diferença no segmento
A fama dos calçados brasileiros extrapolou fronteiras e os produtos confeccionados por aqui já fizeram parte do look de personalidades como a atriz Sarah Jessica Parker, estrela da série “Sex and the City”, e da cantora islandesa Björk. Mas, apesar da qualidade e sofisticação, o segmento vem, há alguns anos, enfrentando dificuldades para enfrentar a concorrência estrangeira.
No ranking de países mais exportadores, segundo dados do Relatório Setorial 2017 Abicalçados (Associação Brasileira de Calçados), o Brasil aparecia em 11º lugar, com 126 milhões de pares vendidos para fora do país, e muito atrás da líder China, que exportou cerca de 8 bilhões de pares[1].
O desafio de aumentar a competitividade desta área levou um equipe da Abicalçados a buscar uma resposta para a seguinte pergunta: Qual é o futuro do setor de calçados? O ano era 2015 e foi a primeira vez que a palavra “inovação” entrava, literalmente, para o dia a dia do setor. Quatro anos depois, nenhum projeto – de design, de modelo de negócios ou de tecnologia – nasceu sem esse norte.
Os resultados dessa nova orientação devem começar a trazer resultados já neste ano. Durante a 46 ª edição da Couromoda, feira que traz as novidades do mercado, realizada em São Paulo no início de 2019, a Abicalçados projetou aumento de 3% nas vendas do setor.
Fomos descobrir quais são essas soluções inovadoras que estão fazendo diferença no setor calçadista.
1) O reflexo das mudanças do mundo no seu negócio
Compras on-line, customização, produtos sustentáveis, estoques inteligentes, marcas com valores. A lista de inovações é infinita, mas poucas apareciam no setor. “Assim, decidimos estabelecer três pilares (novos produtos, novos processos e novos modelos de negócios) sem deixar a inovação de lado em nenhum deles”, conta Roberta Ramos, gestora de projetos da Abicalçados.
2) Modelos de negócio transformadores
A Abicalçados apostou nos jovens empreendedores do ramo, mas com formações e habilidades distintas, para trazer mais inspiração ao setor. Assim chegaram cases de empreendedorismo com propósito, personalização de calçados, uso de materiais que foram para a reciclagem, canal de venda para o exterior de um único produto, dentre outros. “O que a gente faz é trazer para o holofote para que isso seja visto pelo setor”, diz a especialista a Abicalçados.
3) Soluções fora da caixa
Em 2016, foi criado o programa Future Footter (FF), olhando para o futuro dos calçados. Dentro desse contexto, elaborou-se um torneio de empreendedores cuja missão foi pensar em soluções para o segmento. “Os três projetos vencedores do ano passado apresentaram, realmente, propostas muito inovadoras”, afirma Roberta. Um deles usou resíduos de EVA que a indústria precisa descartar e incorporou a blocos de cimento, tornando o gasto com o descarte em fonte de renda. Outro, desenvolveu uma embalagem inflável que ocupa menos espaço no estoque e nos caminhões de distribuição. O primeiro lugar colocou para rodar um software que faz escaneamento dos pés do consumidor, tornando possível que um calçado seja feito para uma só pessoa.
4) Inovação da produção à experiência do consumidor
Além das soluções que têm impactado a produção e a logística, também tem sido forte a aposta na tecnologia para fazer a diferença na experiência. Grandes marcas do setor vêm utilizando ferramentas que dêem mais praticidade para o consumidor, seja no mundo físico seja no virtual. A Cielo LIO, por exemplo, tem sido adotada por lojista que buscam aprimorar o atendimento, ao digitalizar o estoque e permitir a consulta de produtos na palma da mão. Soluções digitais que garantem mais segurança, como checkout para lojas virtuais, APIs de e-commerce e Cielo Link de Pagamento, para o empreendedor que vende pelas redes sociais, passaram a ser cada vez mais utilizadas nesse segmento do varejo brasileiro. Durante a Couromoda, a Cielo mostrou aos visitantes como essas soluções podem ser utilizadas para aprimorar o atendimento ao cliente.
5) Um bom projeto não morre
Investir em um projeto que deu certo não significa replicá-lo, mas ir além. Passaram, então, a fazer uma rodada de negócios com fornecedores e empresas-âncoras. Cada fornecedor pode ter de 90 segundos a 3 minutos para contar sobre o seu negócio. Em uma hora, cada empresa conhece 20 fornecedores diferentes a partir de demandas que elas mesmas sugeriram.
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[1] Fonte: Relatório Setorial da Indústria de Calçados, da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) 2017