Encontro na Universidade Cielo reuniu profissionais de grande representatividade para debater a relevância da diversidade em ambientes corporativos
O Dia da Consciência Negra inaugurou um bate-papo sobre um tema que está cada vez mais em evidência: a diversidade no mundo corporativo. Mário Casasanta, vice-presidente de uma das unidades comerciais da Cielo, foi o responsável por conduzir a conversa que contou com a presença de figuras representativas do mercado.
Esse encontro foi mais uma iniciativa do Grupo de Raça e Etnia do Programa de Diversidade da Cielo, que tem como objetivo fortalecer o debate sobre equidade e buscar soluções que transformam o discurso em ações concretas.
Antes de entrar de vez no que rolou nesse encontro, temos que mostrar por que é relevante esse debate dentro das organizações.
Importância da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído em 2003. A escolha dessa data não foi aleatória, ela se refere à morte do Zumbi dos Palmares, maior líder do Quilombo dos Palmares e grande representante da resistência negra em sua época.
Quilombos eram comunidades formadas por negros escravizados que decidiram fugir da tirania de seus “senhores” e escondiam-se no meio das matas. O Quilombo dos Palmares, por exemplo, foi o mais duradouro e maior quilombo já registrado pelos estudos historiográficos.
Por meio da publicação da Lei Áurea, em maio de 1888, a escravidão foi abolida do Brasil, mas deixou fortes heranças na população negra, que permaneceu sem qualquer tipo de assistência.
Números do mercado de trabalho
Para contextualizar melhor os colaboradores presentes no encontro, trouxemos alguns dados que comprovam o reflexo do preconceito no mercado de trabalho, segundo estudo mais recente do IBGE.
Cargos gerenciais
- 68,6% dos cargos ocupados por brancos
- 29,9% dos cargos ocupados por negros
Cargos de alta gerência
- 85,9% dos cargos ocupados por brancos
- 11,9% dos cargos ocupados por negros
Encontro reúne figuras de muita representatividade
Para agregar ainda mais conhecimento nessa manhã de discussão, convidamos profissionais com ampla visão de diversidade no ambiente corporativo.
A roda de conversa contou com a presença da Heloisa Meireles, empreendedora e fundadora da Trançados, que teve a companhia da Andrea Schwarz, CEO na iigual Inclusão e Diversidade, e o Eduardo Santos, CEO da Education First.
Os convidados contaram algumas de suas experiências no mercado de trabalho e também deram possíveis soluções para que essa realidade seja diferente em alguns anos. Eduardo, por exemplo, disse que “a nossa sociedade não se preparou para lidar com os diferentes”. Leila completa dizendo que “precisamos de um modelo de educação transformador, o que é a base para qualquer mudança”.
Andre , em determinado momento disse: “Todo mundo que está aqui de certa forma é privilegiado e temos que entender nossa responsabilidade”, referindo-se ao alcance da voz que ela e os demais convidados têm perante ao grupo que representam.
Já a Heloisa, empreendedora do mercado de beleza e estética, afirmou que a população negra precisa se reconhecer como profissional quando está na informalidade. E isso, até mesmo para ela, foi um grande desafio que foi superado.
A semente foi plantada
Essa foi a primeira vez que a Cielo reuniu colaboradores para falar sobre o tema de inclusão na sociedade. É uma data histórica para nós e representa os primeiros passos para ter uma companhia mais diversa.
Tivemos uma conversa muito enriquecedora e transformadora, pois mostra que estamos olhando para o futuro. Trata-se de uma sementinha que foi plantada e, no futuro, teremos os resultados que almejamos.
Essa iniciativa, além de contribuir para que a Cielo seja uma empresa mais diversa, reflete nos resultados financeiros da organização. Segundo pesquisa realizada pela companhia americana McKinsey em 2018, empresas com maior diversidade étnica têm 33% mais chances do que as demais de obter melhores resultados financeiros do que seus concorrentes.