É o terceiro mês consecutivo de alta apontada pelo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) na visão deflacionada, em relação ao mesmo período de 2016.
A receita de vendas do comércio varejista brasileiro apresentou uma alta de 0,4% em outubro de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado, após descontada a inflação aplicada aos setores do varejo ampliado, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta quinta-feira (16).
Em setembro, o crescimento foi de 2,4% e, em agosto, de 1,5%. Este é o terceiro mês consecutivo de alta no índice.
É importante observar que o resultado de outubro foi impactado pelo calendário. No saldo da troca de um sábado por uma terça-feira e do feriado prolongado de 12 de outubro, o mês foi prejudicado na comparação com outubro de 2016. Ajustados estes efeitos de calendário, o índice apontaria uma alta de 0,7%, estável em relação a setembro nesta base de comparação.
“Desde julho o ritmo do varejo vem se mantendo estável e apresentando índices positivos, refletindo uma melhora visível em relação ao que vínhamos observando até o mês de junho deste ano”, comenta Gabriel Mariotto, gerente da área de inteligência da Cielo.
Em termos nominais, o ICVA apresenta alta de 1,3% em outubro. Em setembro, houve alta de 3,3% no mesmo indicador. Mas, assim como para o índice deflacionado, quando descontados os efeitos de calendário, o índice nominal aponta também uma estabilidade na passagem de setembro para outubro, mantendo-se em 1,6%.
INFLAÇÃO
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em outubro pelo IBGE apontou alta de 2,70% no acumulado dos últimos 12 meses, enquanto setembro havia registrado 2,54%. Este resultado foi impulsionado pelos preços dos itens do setor de Habitação – que por sua vez não impactam na cesta de produtos vendidos no varejo.
Assim, ponderando o IPCA pelos setores e pesos do varejo ampliado, chegamos a uma inflação do varejo ampliado de 0,9%, mesmo número do mês de setembro, indicando estabilidade nos preços acumulados do último ano.
SETORES
O grupo de setores que comercializam Bens Não Duráveis novamente mostrou a melhor performance do mês, com aceleração impulsionada principalmente por Supermercados e Hipermercados, setor que começou o ano com desaceleração expressiva e vem mostrando recuperação nos últimos 5 meses. Por outro lado, Postos de Combustíveis, que também vem desacelerando desde o ano passado, ainda não mostra recuperação e desacelerou de novo em outubro.
Já o bloco de Bens Duráveis e Semiduráveis apresentou desaceleração, puxada principalmente pelo setor de Vestuário. Por fim, o setor de Serviços acelerou com relação ao mês anterior, apesar de continuar com desempenho negativo. O destaque positivo deste bloco ficou com o setor de Turismo e Transportes.
REGIÕES
Apenas a região Sudeste registrou leve queda de 0,1% em outubro, medida pelo ICVA deflacionado. Todas as demais regiões apresentaram alta no índice. O desempenho do varejo ampliado no Norte e no Sul registrou alta de 3,3% e de 2,7% no período, respectivamente. Também cresceram no mês Nordeste (1,8%) e Centro-Oeste (0,5%).
Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, o destaque foi para a região Sul que registrou alta de 3,3%. As regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste registraram alta de 2,6%, 2,5%, 0,9% e 0,6%, respectivamente, neste indicador.
SOBRE O ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,6 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.
COMO É CALCULADO
A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
ENTENDA O ÍNDICE
ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
Clique aqui para acessar a série histórica do ICVA.