Impactos da pandemia sobre o comércio persistem após um ano de seu surgimento
Estavam ansiosos pelos números do ICVA? Infelizmente, a notícia não é nada animadora: no mês de março, as vendas caíram 10,1% em comparação ao mesmo período do ano passado, descontada a inflação. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou retração de 0,3%.
Se desconsiderados os efeitos de calendário, a queda nas vendas seria maior por efeitos da semana Pré-Páscoa e troca de dias. Dessa forma, o índice do mês registraria queda de 11,6%, descontada a inflação. Em termos nominais, com os ajustes de calendário, a retração seria de 2,0%.
Resultados por setores
Os setores que apresentaram maiores desacelerações em relação ao ritmo de fevereiro foram Vestuário e Supermercados e Hipermercados. Já Turismo e Transportes e Postos de Combustíveis registraram aceleração.
Descontada a inflação e com o ajuste de calendário, todos os macrossetores apresentaram aceleração, exceto o bloco de Bens Não Duráveis.
No macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis, o segmento que mais colaborou para a aceleração foi Móveis, Eletro e Lojas de Departamento, enquanto o setor de Vestuário sofreu a maior desaceleração.
No macrossetor de Serviços, o segmento que mais contribuiu para a aceleração foi Transporte e Turismo. Por outro lado, o setor de Bares e Restaurantes apresentou a maior desaceleração.
Já no macrossetor de Bens Não Duráveis, o segmento de Supermercados e Hipermercados foi o que mais contribuiu para a desaceleração, enquanto Postos de Combustíveis contribuiu para a aceleração.
“Completamos um ano de pandemia no Brasil com seus efeitos ainda refletidos no comportamento do Varejo. Apesar da aceleração do índice, quando comparado aos meses anteriores, esse resultado não necessariamente está relacionado a uma melhora no Varejo, visto que, a partir de março de 2021, os meses usados como base de comparação também foram impactados pela pandemia. Na visão setorial destacam-se os setores de Drogarias e Farmácias, Materiais para Construção e Serviços Automotivos com altas em comparação ao mesmo período de 2020”, diz Pedro Lippi, Head de Inteligência da Cielo.
Destaque por regiões
Como você já deve imaginar, segundo o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, todas as regiões do país, com exceção da Norte, apresentaram retração na passagem mensal. Na região Nordeste, a queda foi de 11,1%, seguida das regiões Sudeste (-10,9%), Sul (-9,7%), e Centro-Oeste (-9,4%). A região Norte apresentou alta de 0,5%.
Pelo ICVA nominal com ajuste no calendário, mas que não considera o desconto da inflação, as únicas regiões com variações positivas foram Norte (+10,7%) e Centro-Oeste (+2,1%). As demais apresentaram quedas: Sudeste (-3,8%), Nordeste (-2,6%) e Sul (-1,2%).
Comparação de trimestre
Você tem ideia de como foram as suas vendas dos primeiros três meses de 2020 comparadas aos deste ano? Com o auxílio do ICVA, nós temos os números bem aqui: nos três primeiros meses de 2021, descontada a inflação e sem ajustes de calendário, registramos queda de 13,4%. Em termos nominais, também sem efeitos de calendário, o recuo foi de 5,7%.
Como é calculado
A unidade de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento – como a variação de market share – e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo. Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
Esperamos que, de alguma forma, essas informações tenham lhe ajudado. Agora, além de torcer pela melhora do Varejo, vamos trabalhar forte para que no próximo mês os registros sejam mais animadores.