Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apontou crescimento real em setembro sobre o mesmo período de 2016. Foi o segundo mês consecutivo de alta após 2 anos de retração no varejo
A receita de vendas do comércio varejista brasileiro apresentou crescimento de 2,4% em setembro de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado, após descontada a inflação aplicada aos setores do varejo ampliado, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta segunda-feira (16).
Este é o segundo mês consecutivo de crescimento do índice.
“O resultado de setembro mostra crescimento real do varejo pelo segundo mês seguido, após a estabilidade que já havia sido apontada em julho”, comenta Gabriel Mariotto, gerente da área de inteligência da Cielo.
Vale observar que setembro foi beneficiado pelo impacto positivo do calendário em relação ao mesmo mês do ano passado, com um sábado a mais e uma quinta-feira a menos, além do feriado de 7 de setembro, que neste ano caiu numa quinta-feira, com uma ponte na sexta-feira. “Embora feriados prolongados geralmente impactem, na média, negativamente as vendas no varejo, a quarta-feira que antecedeu o feriado foi excepcionalmente forte neste ano”, explica Mariotto.
Ajustados aos impactos de calendário, o índice teria subido 0,7%, patamar que indica leve desaceleração quando comparado ao mês de agosto (1,1%).
Em termos nominais, o indicador mostra alta de 3,3% em setembro contra um ano antes. Descontados os efeitos de calendário, o índice nominal aponta aceleração na passagem de agosto para setembro, de 1,3% para 1,6%.
3T17 – O ICVA encerrou o terceiro trimestre do ano com crescimento de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado, depois de descontada a inflação. Em termos nominais, o índice também apontou crescimento de 1,9% nesta base de comparação.
“O comportamento do terceiro trimestre também corrobora a recuperação mencionada, quebrando a série de 8 trimestres negativos”, complementa Mariotto.
INFLAÇÃO
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em setembro pelo IBGE apontou alta de 2,54% no acumulado dos últimos 12 meses, enquanto agosto havia registrado 2,46%.
Neste mês, a inflação acumulada em 12 meses foi impulsionada pelo grupo de Saúde e cuidados pessoais.
Assim, ponderando o IPCA pelos setores e pesos do varejo ampliado, houve uma aceleração da inflação no varejo – de 0,2% em agosto para 0,9% em setembro, no acumulado do último ano. Puxam para baixo a inflação no varejo os itens de alimentação no domicílio – que apresentam deflação, além de pesarem muito mais no varejo do que no índice de preços geral.
SETORES
Em setembro, apenas o bloco dos setores de Serviços apresentou desaceleração. Os demais blocos registraram aceleração e contribuíram para o resultado positivo do índice no mês.
Os setores que comercializam Bens Não Duráveis tiveram, pelo terceiro mês seguido, a melhor performance do período em média, registrando novo crescimento sobre o mesmo período de 2016. O setor de Supermercados e Hipermercados puxou novamente o bloco, confirmando recuperação no segundo semestre, além de Drogarias.
O bloco de Bens Duráveis e Semiduráveis também voltou a apresentar crescimento sobre um ano antes, impulsionado, principalmente, pelo setor de Vestuário.
Por fim, os setores ligados a Serviços tiveram desaceleração na passagem mensal, ainda apresentando retração. O destaque positivo do bloco ficou com o setor de Autopeças e Serviços Automotivos, que mostrou aceleração na receita de vendas em setembro em relação ao resultado de agosto.
REGIÕES
A receita de vendas do varejo ampliado acelerou na passagem de agosto para setembro em todas as regiões do país, segundo o ICVA deflacionado.
As regiões Norte e Sul apontaram alta de 5,8% e 5,7% em setembro, respectivamente. Na mesma base de comparação, também cresceram Nordeste (3,5%), Centro-Oeste (2,0%) e Sudeste (1,9%).
Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, o destaque ficou com o Sul do país (+6,0%), seguido do Norte (+5,3%), Nordeste (+4,8%), Centro-Oeste (+2,8%) e Sudeste (+2,4%).
SOBRE O ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,7 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.
COMO É CALCULADO
A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
ENTENDA O ÍNDICE
ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
Clique aqui para acessar a série histórica do ICVA.