Indicador da Cielo considera a receita deflacionada de vendas em relação ao mesmo mês do ano passado.
A receita de vendas do comércio varejista brasileiro apresentou queda de 1,4% em maio em relação ao mesmo período do ano passado, depois de descontada a inflação. Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado nesta quarta-feira (14). Em abril, o indicador havia registrado retração de 0,6%, considerada a menor dos últimos 20 meses.
“A desaceleração em maio foi puxada principalmente pelo setor de Vestuário nas regiões Sul e Sudeste. Observamos que a queda de temperatura de abril para maio foi mais brusca no ano passado em relação a este ano, o que pode explicar, em parte, as vendas mais fracas do setor em 2017”, observa Gabriel Mariotto, gerente da área de inteligência da Cielo.
Vale ressaltar que o último mês foi beneficiado pelo calendário em relação a maio de 2016 – com a entrada de uma quarta-feira e o deslocamento do feriado de Corpus Christi para o mês de junho neste ano.
Ajustados esses efeitos, o índice apontaria uma queda de 1,6%, patamar que indica desaceleração do varejo em comparação ao mês de abril, que havia registrado ligeira alta de 0,3% no ICVA Deflacionado com Ajuste de Calendário.
Em termos nominais, o indicador mostra alta de 0,9% em maio contra o mesmo período de 2016. Descontados os efeitos de calendário, o índice nominal também aponta desaceleração na passagem de abril para maio, de 3,3% para 0,7%.
INFLAÇÃO
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em maio pelo IBGE apontou alta de 3,60% no acumulado dos últimos 12 meses, enquanto abril havia registrado 4,08%.
O destaque para a desaceleração no período ficou com os grupos de Alimentação, Saúde e cuidados pessoais.
Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do varejo ampliado, houve uma desaceleração da inflação de 3,0% em abril para 2,3% no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em maio.
SETORES
A maioria dos setores apresentou retração no ICVA deflacionado apurado no período, com exceção dos setores de Drogarias e Farmácias e Turismo e Transportes.
O bloco de setores que comercializam Bens Não Duráveis novamente mostrou a melhor performance do mês. A aceleração foi impulsionada pelo desempenho de Drogarias e Farmácias e Varejo Alimentício especializado.
Já o bloco de setores de Bens Duráveis e Semiduráveis apresentou a pior performance no período e, descontados os efeitos de calendário, foi o grupo que mais desacelerou, resultado puxado pelo setor de Vestuário, como já mencionado.
O destaque positivo em Serviços ficou para os segmentos de Turismo e Transporte e Alimentação em Bares e Restaurantes, que tiveram aceleração na passagem mensal.
REGIÕES
Em maio, todas as regiões brasileiras apresentaram desaceleração no varejo, segundo o ICVA deflacionado.
O varejo ampliado no Sudeste teve retração de 2,0% no período, seguido pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste que tiveram, ambas, queda de 0,7%. A região Sul teve retração de 0,1% e o Norte do país, por fim, foi a única região a registrar crescimento no período (+1,1%), nessa base de comparação.
Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, a região Norte registrou crescimento de 2,5% e as regiões Nordeste e Sul cresceram, ambas, 1,4% na comparação com maio de 2016. Já as regiões Centro-Oeste e Sudeste apontaram alta de 1,0% e 0,5%, respectivamente.
SOBRE O ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,6 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.
COMO É CALCULADO
A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
ENTENDA O ÍNDICE
ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.
Clique aqui para acessar a série histórica do ICVA.