Leia sobre a trajetória do que muitos já chamam de ‘ouro líquido’, o produto mais cobiçado em farmácias e supermercados
No meio desta crise provocada pelas precauções adotadas para contermos a circulação do coronavírus no país, o álcool em gel virou top nas prateleiras de farmácias e supermercados e está quase sendo disputado a tapas em alguns locais.
Sem falar na disparada de preços do produto, fruto dessa demanda muito maior do que a oferta. Há quem o chame agora de “ouro líquido”. Na esteira desse destaque todo que o álcool em gel ganhou, listamos oito curiosidades para você.
1 – Esta não é a primeira vez que ouvimos falar tanto de álcool em gel no Brasil. Em 2009, quando fomos atingidos (como todo o mundo) pelo surto da Gripe A (H1N1) o uso se popularizou. Mesmo após o fim do surto, ele permaneceu como alternativa para higienização das mãos na ausência de água e sabão.
2 – E você sabia que foi uma mulher quem inventou o álcool em gel? Lupe Hernandez, estudante de enfermagem em Bakersfield, na Califórnia (EUA), teve a ideia, em 1966, de utilizar o álcool na forma de gel nas situações hospitalares em que não estivessem disponíveis água e sabão. O objetivo dela era proteger os colegas da área de saúde. Mas, depois viu o potencial econômico do produto e registrou a patente.
3 – Se fala tanto que o mais eficaz para a higienização correta é o uso do álcool em geral com 70% de concentração. Isso é porque ter 30% de água e espessantes dá a textura de gel na composição, garantindo que o etanol evapore mais lentamente, o que prolonga a ação do álcool nas superfícies e nas nossas mãos, aumentando o poder de destruição dos micro-organismos prejudiciais.
4 – O álcool no formato em gel e com esta composição (70% etanol e 30% água + espessantes) diminui o risco de ocorrência de incêndios. Quanto mais puro o álcool, maior a chance de acidentes já que esse é um líquido altamente inflamável.
5 – O uso frequente do álcool em gel para completar a higienização, como tem sido recomendado, pode gerar a dúvida sobre se isso não vai ressecar demais a pele.
As empresas que produzem a substância para o uso no corpo, em geral, adicionam fragrâncias e agentes hidratantes à fórmula para evitar esse efeito. Mas uma dica valiosa: intercale o uso do álcool em gel com a lavagem das mãos com água e sabão e, depois, reforce a hidratação.
6 – A comercialização do álcool em gel disparou no Brasil no início deste ano. Segundo o site E-Commerce Brasil, houve aumento de 310% nas vendas online do produto em fevereiro na comparação com janeiro. O mês de março caminha para fechar com novo recorde de vendas. De 1º a 16 deste mês, o site registrou volume de vendas 4 vezes maior do que o verificado em igual período de fevereiro.
7 – O preço do álcool em gel disparou entre março e fevereiro deste ano. Segundo o site JaCotei, que compara preços em sites brasileiros, um frasco com 500 ml de álcool em gel de uma marca popular subiu da média de R$ 16,06 – em 27 de fevereiro – para a média de R$ 41,99 – em 4 de março. Um aumento de 161%. Na semana de 16 de março, o valor médio já estava em R$ 51,90 (223% de alta).
8 – Em fevereiro, quando foi confirmada a primeira infecção no Brasil por coronavírus, 1,2 milhão de unidades de álcool em gel haviam sido vendidas pela Companhia Nacional do Álcool (CNA), a maior fabricante brasileira de produtos em álcool. Para dar conta da demanda que cresce, a empresa vai saltar de 120 mil frascos de 400 gramas produzidos por mês, antes da epidemia de coronavírus, para mais de 6 milhões em março. A força de trabalho foi ampliada em cerca de 50% e a produção passou a ser ininterrupta.