No primeiro mês de 2022, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apontou um crescimento de 2,5% das vendas no Varejo (já descontada a inflação), em comparação a janeiro de 2021.
Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, a alta registrada pelo ICVA em janeiro foi de 14,4%.
O resultado indica que o abrandamento das medidas de isolamento continua a favorecer o desempenho de alguns setores na comparação com janeiro de 2021, momento em que enfrentávamos um cenário mais crítico em relação à pandemia.
Além disso, os efeitos de calendário também colaboraram para a alta. Por conta da composição dos dias do feriado de ano-novo, janeiro de 2022 teve um dia útil a mais.
Descontando esse efeito, o crescimento nominal seria de 13,9%. Em relação aos descontos relacionados aos efeitos inflacionários, a alta seria de 2,1%.
“O comércio varejista se mantém em recuperação. É o terceiro mês seguido de alta nas vendas. Isso está relacionado com a volta gradativa à rotina, que foi bastante afetada pelo agravamento da Covid-19 no fim de 2020 e nos primeiros meses do ano passado, mas também ao bom comportamento de alguns setores do varejo. Neste mês, por exemplo, podemos destacar positivamente o setor de Drogarias e Farmácias”, afirma Pedro Lippi, Head de Inteligência da Cielo.
Energia elétrica e combustíveis puxam a inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou alta de 10,38% no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 0,54% em janeiro.
Os preços dos combustíveis e da energia elétrica foram os que mais impactaram o índice.
Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado foi de 11,56% em janeiro, acelerando em relação ao índice registrado no mês anterior.
Setores: Bens Não Duráveis têm aceleração
Considerando o desconto da inflação e o ajuste de calendário, o macrossetor de Bens Não Duráveis acelerou em relação a dezembro. Os segmentos de Drogarias e Farmácias foram os destaques.
Por outro lado, os macrossetores de Bens Duráveis e Semiduráveis e de Serviços registraram desaceleração na passagem mensal.
Em Bens Duráveis e Semiduráveis, um dos segmentos que mais contribuíram para a desaceleração foi Móveis, Eletro e Departamento.
Já em Serviços, o segmento de Turismo e Transporte foi o que mais pesou no resultado de desaceleração.
Alta é registrada em todas as regiões do país
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, todas as regiões do Brasil apresentaram crescimento em relação a janeiro do ano passado.
O destaque é a região Norte, que registrou alta de 9,7%. Em seguida, vem a região Sul com alta de 6,5%, Nordeste (+1,7%), Centro-Oeste (+1,4%) e Sudeste (+1,0%) .
Segundo o ICVA nominal com ajuste de calendário na comparação com janeiro de 2021, as vendas na região Norte cresceram 19,2%, seguida da região Sul (+17,3%), Nordeste (+14,8%), Centro-Oeste (+13,1%) e Sudeste (+12,3%).
Sobre o ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas.
Eles respondem por 1,3 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.
Como é calculado
A unidade de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento – como a variação de market share – e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo.
Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
Entenda o Índice
ICVA Nominal: indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado: é o ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário: ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.