Voltado para o Time Cielo, o Garagem Talks é um bate-papo online promovido pelo Garagem, hub de inovação da Cielo, onde grandes profissionais do mercado apresentam assuntos relacionados à tecnologia e à inovação. Para abrir o evento em 2022, o tema escolhido foi o “Open Banking”.
Open Banking: como funciona, para que serve e por que ele é tão importante para o mercado?
Para responder a essas perguntas, a edição de abertura do Garagem Talks em 2022 contou com a participação de dois profissionais do próprio Time Cielo para falar sobre o tema: Israel Sifoleli Junior, Gerente de Produtos e Negócios, e João Henrique, Gerente de Desenvolvimento de Negócios.
Considerado uma revolução no segmento financeiro, o Open Banking tem relevância também para a adquirência e os meios de pagamentos.
Por isso, nada melhor do que atualizar todas as pessoas da companhia sobre o assunto.
Open Banking: uma revolução para o mercado financeiro
Para abrir a primeira edição do Garagem Talks no ano, João explicou a importância do Open Banking como um todo:
“O Open Banking traz uma experiência diferente para o dia a dia dos consumidores e das empresas por estimular a concorrência no segmento financeiro. Ele é ainda mais revolucionário que o Pix, porque faz com que as instituições “briguem” pelos clientes. Com o compartilhamento dos dados, as pessoas podem buscar ofertas melhores”.
Ele destacou também que, ao contrário do que muita gente afirma, o Open Banking não é um produto, mas sim um sistema de padronização e compartilhamento de informações de dados e serviços financeiros.
Com isso, há um incentivo à concorrência na contratação de serviços, já que os clientes podem buscar ofertas melhores em bancos e outras instituições financeiras com as quais não tenha tido um relacionamento prévio.
Tudo é regulado e controlado pelo Banco Central do Brasil, proporcionando segurança e transparência para as operações realizadas.
“O Banco Central fiscaliza as empresas reguladas para que elas atendam e implantem tudo aquilo que está sendo construído, fazendo com que qualquer risco em relação às fraudes seja mitigado para que as pessoas tenham segurança e confiança no Open Banking da mesma forma que já confiam no Pix”, reforça.
Open Banking e a implantação em fases
Iniciadas a partir de junho de 2020, devido à complexidade do sistema, o Banco Central estabeleceu que a implantação do Open Banking e o compartilhamento de dados e informações fossem realizadas em quatro fases até 2021, sendo possível novas fases nos próximos anos:
- Fase 1 – instituições regulamentadas disponibilizam informações públicas sobre canais de atendimento e sobre os produtos e serviços oferecidos (contas de depósito, operações de crédito, cartões, tarifas e valores etc);
- Fase 2 – consentimento do cliente para compartilhamento de dados de cadastro, saldos e histórico de transações (conta corrente, poupança, cartões e operações de crédito);
- Fase 3 – não se refere a compartilhamento de dados e sim de integração nas prestações de serviços, iniciando pelos meios de pagamento (Pix, TED/DOC, transferências e boletos) e encaminhamento de propostas de crédito.
- Fase 4 (em construção) – mais do que o conceito de Open Banking, temos o contexto de Open Finance, onde há o serviço de credenciamento e compartilhamento de dados de serviços como conta-salário, produtos de investimentos, câmbio, seguros e previdência privada.
Para que tudo isso seja possível, João reforçou a necessidade de consentimento dos clientes em relação ao compartilhamento de dados:
“Obrigatoriamente, o cliente ou estabelecimento comercial precisa autorizar que o compartilhamento de dados seja realizado. Não adianta uma instituição financeira querer ter acesso aos dados de uma pessoa, sem que essa autorização seja dada”.
Na fase 4, o escopo em questão é mais amplo. Para João, este momento é complexo para o mercado como um todo, o que gera um debate para definir as formas mais adequadas de implantação:
“Aqui, não falamos só de produtos e serviços, mas também da adquirência, por exemplo. Com isso, as informações sobre credenciamento também podem ser compartilhadas, estimulando ofertas melhores que visam reter e conquistar novos clientes, que são os maiores beneficiados pelo Open Banking”.
Open Banking abre novas possibilidades o e-commerce
Para explicar outras possibilidades trazidas com o Open Banking e os impactos positivos que o sistema traz para o e-commerce, Israel mostrou um breve histórico da evolução das compras online.
Utilizando uma linha do tempo, ele mostrou para o Time Cielo a evolução ocorrida desde a primeira compra online (realizada em 1994) até a implantação do Open Banking no Brasil.
Com a pandemia, cerca de 46% das pessoas no Brasil passaram a comprar mais pela internet, em comparação com 2019 (ano anterior à Covid-19).
Esse cenário gerou um forte contexto de aceleração da digitalização e de busca por inovação, incluindo os meios de pagamento.
“Com o Open Banking, vai ser possível suprir essa necessidade, possibilitando a oferta de novos meios de pagamento para tornar a jornada do cliente mais fluida, simples e segura”, reforça.
Segundo Israel, o crescimento dos meios de pagamentos instantâneos e digitais será incrementado graças ao Iniciador de Transação de Pagamento (ITP).
O ITP é um novo serviço que possibilita uma instituição que não é a detentora da conta a iniciar uma transação de pagamento relacionada a uma determinada conta corrente, conta poupança ou pagamento atrelada ao usuário.
“Para o cliente final, o ITP representa uma nova forma de pagamento, além dos cartões. Isso também beneficia os lojistas, uma vez que a confirmação da compra é feita rapidamente, através do pagamento instantâneo”.
Possibilidades assim fortalecem a oferta de serviços, beneficiando o mercado como um todo. Israel reforça sobre a importância que o Open Banking traz para o setor financeiro, abrindo um mundo de possibilidades para os consumidores
“O Banco Central tem se movimento para favorecer a concorrência. E o bom disso é que acabam surgindo novas empresas e para o usuário final, é ainda melhor, pois ele terá novas opções. Com o Open Banking, o mercado ficará ainda mais estruturado”, concluiu.
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