O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) de novembro aponta que as vendas no Varejo em novembro cresceram 2,1%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2020.
Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o ICVA registrou alta de 14,5%.
Fatores como o abrandamento de medidas de isolamento, bem como uma terça-feira (dia de forte movimento) a mais e um domingo (dia mais fraco para o comércio) a menos colaboraram positivamente para o resultado quando comparado com novembro do último ano.
Considerando os ajustes dos efeitos de calendário, o crescimento nominal foi de 13,4% e, descontando a inflação, a alta do Varejo foi de 1,2% ante igual mês do ano passado.
“Tivemos uma recuperação do Varejo em novembro depois de outubro, mês que interrompeu alta de seis meses seguidos. Um possível fator que colaborou com o fechamento positivo do índice foi a diluição das vendas relacionadas à Black Friday durante todo o mês de novembro. Isso ficou comprovado porque o crescimento das vendas no final de semana da Black Friday em si foi inferior ao apurado no restante do mês. Entretanto, apesar do fechamento positivo deste mês, quando descontado o efeito inflacionário no período, o varejo ainda se encontra abaixo do patamar observado no mesmo período em 2019”, afirma Pedro Lippi, Head de Inteligência da Cielo.
Inflação: custo dos combustíveis tem impacto no aumento dos preços
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou aumento de 10,74% no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 0,95% em novembro.
É o maior patamar para o período desde 2003. Assim como em outubro, a alta dos combustíveis foi o que mais contribuiu para a elevação dos preços.
Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado foi de 12,1%, desacelerando em relação ao índice registrado no mês anterior.
Macrossetores apresentam aceleração
Descontada a inflação e com o ajuste de calendário, todos os macrossetores apresentaram aceleração.
No macrossetor de Bens Não Duráveis, o segmento que se destacou foi o de Cosméticos e Higiene Pessoal.
Já o segmento de Ótica e Joalherias foi destaque no macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis, enquanto Turismo e Transporte foi o destaque positivo no macrossetor de Serviços.
Norte tem a maior alta entre as regiões
As cinco regiões apresentaram crescimento nas vendas em novembro em relação a novembro do ano passado, de acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário.
A região Norte registrou alta de 4,4%, seguida pela região Sul (+3,2%), Sudeste (+1,2%), Nordeste (+1,1%) e Centro-Oeste (+0,7%).
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, a região Sul registrou aumento de 15,5% nas vendas. Na sequência aparecem: Nordeste (+14,1%); Norte (+13,8%); Sudeste (+13,0%) e Centro-Oeste (+11,9%).
Sobre o ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas.
Eles respondem por 1,3 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.
Como é calculado
A unidade de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento – como a variação de market share – e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo.
Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
Entenda o Índice
ICVA Nominal: indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado: é o ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário: ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.