Camila Sant´Anna tem 29 anos, é mãe do Bernardo de 1 ano e 10 meses e proprietária da Assim Seja, marca de vestuário. Diagnosticada com depressão desde a adolescência, teve sua situação agravada após a perda repentina do pai e duas gestações interrompidas. Camila era tratada com indiferença e desrespeito ao apresentar os relatórios médicos às empresas em que trabalhou, o que refletia em seu dia a dia e na maneira como ela se enxergava.
A empreendedora conta que jamais pensou em ter um negócio próprio. Ela precisava estar em casa, cuidar do filho e da saúde, mas não tinha condições de voltar ao mercado como funcionária CLT. Formada em administração de empresas, Camila diz que existe uma grande diferença entre trabalhar em uma empresa em que os sistemas e as estratégias já estão prontos e tomar conta de tudo, fazendo acontecer do zero.
“É muito diferente. Na primeira situação, sua responsabilidade é reduzida, diante das atividades que precisa exercer. Mas quando você tem que tomar conta e fazer tudo acontecer, as coisas mudam e é aí que as pessoas se perdem.”
Sua família possui uma ligação muito forte com a Igreja Católica e participa de inúmeros eventos. Como frequentadora, Camila sentia falta de opções de vestuário mais modernos, porém adequados para determinadas ocasiões. Em um dos eventos que participou, ela ficou responsável pela confecção das camisetas e esse foi o start. A partir de então, decidiu investir na área.
A saída foi tentar. O processo de aprendizagem com o Sebrae só reforçou o quanto ela podia e, de fato, fez acontecer: “Tem clientes que gostam, indicam, têm orgulho e ainda ajudam a divulgar a marca Assim Seja”.
Com o programa 1000 Mulheres, Camila passou a acreditar mais em si, tanto como mulher quanto como empreendedora. Acreditou no seu potencial e divulgou seu trabalho, o que lhe rendeu ainda mais clientes e a oportunidade de enxergar a Camila mulher, mãe e esposa com mais empoderamento.
“A Assim Seja fez com que a minha saúde e o meu tratamento pessoal obtivessem uma melhora jamais vista. Mesmo com as minhas limitações, fisioterapia, consultas médicas e a questão do stress e da ansiedade, o crescimento do meu negócio contribuiu para o meu bem-estar”.
Camila conta que foi uma surpresa a aprovação para a segunda fase do programa:“não imaginei que, entre as duas mil que participaram, eu estaria no meio das 75 mulheres que seguiriam adiante. O programa 1000 Mulheres colaborou muito para minha marca e eu chegarmos onde estamos hoje.
Camila afirma que antes vendia apenas para amigos e pessoas próximas. Hoje atende o Brasil inteiro, tem produtos para pronta-entrega e que, na maioria das vezes, os produtos Assim Seja possuem durabilidade maior do que os oferecidos pelo mercado e o cliente sempre sai satisfeito.
“Meu local de trabalho é a minha casa. Tenho meu estoque e meus materiais necessários para a confecção em um cômodo e consigo conciliar a vida de mãe e dona de casa. As peças Assim Seja são produzidas de forma artesanal. As estampas são feitas em silk e eu as envio para o fornecedor. Lá ele finaliza o processo de acordo com o tamanho e cor solicitados por mim”.
A empresa cresceu a ponto da empreendedora já pensar em contratar alguém para ajudá-la nas atividades de entrega e contato com clientes: “eu quero que a Assim Seja cresça e respeite seus funcionários e que, principalmente, não faça com os outros o que fizeram comigo. Desejo que mulheres e mães se sintam representadas e acolhidas. E que ter uma família, com filhos, não seja sinônimo de problema para ela ou para a empresa”, finaliza emocionada.
Programa 1000 Mulheres
O programa 1000 Mulheres surgiu a partir de uma parceria do Sebrae-SP com empresas, ONGs e instituições, oferecendo capacitação certificada gratuita para mulheres em situação de vulnerabilidade social.
O público-alvo do projeto são mulheres empreendedoras, em situação de rua ou de reclusão, idosas (60+), imigrantes, indígenas, negras, portadoras de deficiência, refugiadas, transgêneros e vítimas de violência.
O programa contou com a participação de aproximadamente 2000 mulheres das zonas Sul e Norte de São Paulo e os benefícios do 1000 Mulheres são voltados para qualificação em empreendedorismo e gestão de negócios, formalização e melhoria de gestão de negócios, além da aceleração para o desenvolvimento de projetos de impacto social.
Com o projeto, a mulher pode usar suas habilidades tanto para montar um pequeno negócio, como ser capacitada para se tornar mais competitiva e inovadora no mercado de trabalho.
A Cielo é patrocinadora do projeto 1000 Mulheres por se identificar com os propósitos apresentados, tais como sustentabilidade, inclusão e apoio ao empreendedorismo. Como exemplo, podemos destacar a Feira do Empreendedor 2019, que contou com o patrocínio e ação direta da Cielo. Durante o evento, houveram palestras no auditório que tinha o nome do projeto e abordaram temas como empreendedorismo, liderança e autonomia financeira para o público feminino.